Tendo em vista os cortes de recursos no orçamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para 2021, a reitora Sandra Goulart esteve em Brasília na manhã desta quarta-feira (26/5) para uma reunião com o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado. A conversa girou em torno dos cortes orçamentários não somente na UFMG, mas como em outras 10 universidades federais mineiras e de uma unidade do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet/MG).
Com a iminente crise, a UFMG estima que o corte alcance o percentual de 26,72%, o que equivale a cerca de R$ 50 milhões de seus cofres. Além disso, ainda segundo a universidade, há um bloqueio linear do Ministério da Educação (MEC) de 13,8%, totalizando perdas em torno de R$ 76 milhões.
"As universidades mineiras não podem ser prejudicadas com os cortes no orçamento. Não vamos deixar que isso aconteça. Vamos trabalhar para corrigirmos essa distorção", afirma Rodrigo Pacheco.
Na próxima semana, será realizada no Congresso Nacional a sessão que visa referendar os cortes orçamentários. A intenção é que o presidente do Senado atue em consonância com o governo federal e o MEC para restabelecer os valores apropriados dos repasses e ajude a não permitir que pesquisas sejam suspensas por conta da falta de verbas.
Vacina em risco
Na reunião desta quarta, um ponto apresentado por Sandra Regina é o fato de a UFMG estar desenvolvendo uma vacina 100% nacional contra a covid-19, batizada de Spintec. A intenção da universidade é iniciar em 2022 a produção em escala do imunizante, em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed).
"O desenvolvimento da vacina contra a covid-19 pela UFMG é um passo muito importante, já que somente a imunização da população brasileira vai proporcionar condições mínimas para frear a proliferação do novo coronavírus no Brasil. Além disso, há centenas de pesquisas e projetos em andamento nas instituições do estado, de diferentes áreas, que não podem ser comprometidas", também disse o presidente do Senado.
Atualmente, a Spintec está na fase de testes em primatas e, em seguida, entrará nas etapas 1 e 2 de testes clínicos em humanos. No encontro, Pacheco também ponderou que a parceria com iniciativas privadas pode ser um caminho possível para a sequência de projetos, como o da vacina contra o coronavírus.