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Mobilizações

Protestos de estudantes pressionam o Senado contra PEC Emergencial

Na quarta-feira (24), entidades estudantis discutiram o texto da PEC com os senadores. Manifestantes investiram em panfletagem e redes sociais para evitar aglomerações

Manifestantes pressionaram contra a PEC Emergencial, cortes na educação provenientes do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e pela inclusão de profissionais da educação nos grupos prioritários para a vacinação nesta quinta-feira (25). Houve manifestações em frente ao Senado Federal e em mais 15 cidades brasileiras


Convocados União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e Associação Nacional de pós-graduandos (ANPG), os manifestantes investiram mais em panfletagem, cartazes e faixas para evitar aglomerações.

Twitter/reprodução - Iago Montalvão, presidente da UNE, afirma que os protestos investiram em panfletagem para evitar aglomeração


“É bastante diferente do que já realizamos em outros tempos, com ameaça de cortes para a educação como foi em 2019, mas é uma forma de garantir segurança às pessoas”, explica o presidente da UNE, Iago Montalvão.


Na quarta-feira (24), entidades estudantis se reuniram com senadores para discutir sobre as demandas das mobilizações. Segundo Iago, o objetivo é pressionar os senadores que são “favoráveis ao ‘ajuste fiscal’ e a cortar orçamento da educação”. ”Parlamentares que defendem a educação e saúde são favoráveis à mudança do texto da PEC”, comenta.

Arquivo pessoal - O estudante de arquivologia Gabriel Jhonatta diz que estudantes vão continuar lutando para que a educação seja valorizada de verdade.

Gabriel Jhonatta, 18 anos, estudante de arquivologia e diretor de comunicação Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Pará (UFPA), reitera: “a gente vai continuar lutando até ter nossos direitos garantidos e a educação seja valorizada de verdade”. O jovem participou das manifestações no metrô Anhangabau em São Paulo.


Segundo o estudante, as mobilizações de hoje são importantes não só para os estudantes, mas também para quem pretende ingressar em uma instituição de ensino futuramente. “Não é só sobre nós, é também por eles”, ressalta.


Mobilização nas redes sociais e medidas restritivas


Nas plataformas das entidades estudantis responsáveis, as convocações para os atos alertavam para o uso de máscara e para que pessoas com sintoma de COVID-19 ficassem em casa.


As redes sociais foram outra peça importante para o engajamento das mobilizações. No twitter, as hashtags #VacinasparaTodosJá e #AuxílioSimDesmonteNão entraram nos trending topics, assuntos mais comentados no momento, na quarta e na quinta-feira, respectivamente.

De acordo com Gabriel Jhonata, “para além de ir para as ruas, é necessário que esse movimento seja veiculado nas redes”. Ele explica que essa importância se dá pelo alto engajamento desses sites.

 

Quais são os impactos da PEC Emergencial e da PLOA para as instituições


Com finalidade de garantir o retorno do auxílio emergencial, o texto da PEC Emergencial gerou polêmicas. A proposta pretende conseguir recursos revogando o piso mínimo de repasses para educação e saúde previstos na Constituição. Dessa forma, o congresso teria que definir os repasses mínimos anualmente para essas áreas.

 

Com a revogação, os recursos previstos na PLOA DE 2021 sofrem impactos como diminuição de 17,5% nos repasses para despesas discricionárias das instituições.


A PEC ainda impacta na implementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e no Programa Nacional de Estudantil (PNAES). Além de reduzir os recursos para a adaptação de protocolos sanitários, necessário na retomada presencial das aulas.


Para o presidente da UNE, os objetivos da mobilização são “aprovar o auxílio emergencial, mas sem prejudicar a educação e saúde, retirar os cortes de orçamento na educação que estão previstos na PLOA 2021”.