Mobilizações

Protestos de estudantes pressionam o Senado contra PEC Emergencial

Na quarta-feira (24), entidades estudantis discutiram o texto da PEC com os senadores. Manifestantes investiram em panfletagem e redes sociais para evitar aglomerações

Gabriella Castro*
postado em 25/02/2021 21:17 / atualizado em 25/02/2021 21:46
Manifestantes se reúnem em frente ao Senado contra cortes na educação -  (crédito: Cuca da UNE)
Manifestantes se reúnem em frente ao Senado contra cortes na educação - (crédito: Cuca da UNE)

Manifestantes pressionaram contra a PEC Emergencial, cortes na educação provenientes do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e pela inclusão de profissionais da educação nos grupos prioritários para a vacinação nesta quinta-feira (25). Houve manifestações em frente ao Senado Federal e em mais 15 cidades brasileiras


Convocados União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e Associação Nacional de pós-graduandos (ANPG), os manifestantes investiram mais em panfletagem, cartazes e faixas para evitar aglomerações.

Iago Montalvão, presidente da UNE, afirma que os protestos investiram em panfletagem para evitar aglomeração
Iago Montalvão, presidente da UNE, afirma que os protestos investiram em panfletagem para evitar aglomeração (foto: Twitter/reprodução )


“É bastante diferente do que já realizamos em outros tempos, com ameaça de cortes para a educação como foi em 2019, mas é uma forma de garantir segurança às pessoas”, explica o presidente da UNE, Iago Montalvão.


Na quarta-feira (24), entidades estudantis se reuniram com senadores para discutir sobre as demandas das mobilizações. Segundo Iago, o objetivo é pressionar os senadores que são “favoráveis ao ‘ajuste fiscal’ e a cortar orçamento da educação”. ”Parlamentares que defendem a educação e saúde são favoráveis à mudança do texto da PEC”, comenta.

O estudante de arquivologia Gabriel Jhonatta diz que estudantes vão continuar lutando para que a educação seja valorizada de verdade.
O estudante de arquivologia Gabriel Jhonatta diz que estudantes vão continuar lutando para que a educação seja valorizada de verdade. (foto: Arquivo pessoal)

Gabriel Jhonatta, 18 anos, estudante de arquivologia e diretor de comunicação Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Pará (UFPA), reitera: “a gente vai continuar lutando até ter nossos direitos garantidos e a educação seja valorizada de verdade”. O jovem participou das manifestações no metrô Anhangabau em São Paulo.


Segundo o estudante, as mobilizações de hoje são importantes não só para os estudantes, mas também para quem pretende ingressar em uma instituição de ensino futuramente. “Não é só sobre nós, é também por eles”, ressalta.


Mobilização nas redes sociais e medidas restritivas


Nas plataformas das entidades estudantis responsáveis, as convocações para os atos alertavam para o uso de máscara e para que pessoas com sintoma de COVID-19 ficassem em casa.


As redes sociais foram outra peça importante para o engajamento das mobilizações. No twitter, as hashtags #VacinasparaTodosJá e #AuxílioSimDesmonteNão entraram nos trending topics, assuntos mais comentados no momento, na quarta e na quinta-feira, respectivamente.

De acordo com Gabriel Jhonata, “para além de ir para as ruas, é necessário que esse movimento seja veiculado nas redes”. Ele explica que essa importância se dá pelo alto engajamento desses sites.

 

Quais são os impactos da PEC Emergencial e da PLOA para as instituições


Com finalidade de garantir o retorno do auxílio emergencial, o texto da PEC Emergencial gerou polêmicas. A proposta pretende conseguir recursos revogando o piso mínimo de repasses para educação e saúde previstos na Constituição. Dessa forma, o congresso teria que definir os repasses mínimos anualmente para essas áreas.

 

Com a revogação, os recursos previstos na PLOA DE 2021 sofrem impactos como diminuição de 17,5% nos repasses para despesas discricionárias das instituições.


A PEC ainda impacta na implementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e no Programa Nacional de Estudantil (PNAES). Além de reduzir os recursos para a adaptação de protocolos sanitários, necessário na retomada presencial das aulas.


Para o presidente da UNE, os objetivos da mobilização são “aprovar o auxílio emergencial, mas sem prejudicar a educação e saúde, retirar os cortes de orçamento na educação que estão previstos na PLOA 2021”.


Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação