Instituições federais

Andifes lança programa que permite cursar disciplinas em outras universidades

Por meio do Promover, universitários de quatro instituições escolhem até três disciplinas. A ideia é estender o programa para as 69 federais do país

Mateus Salomão*
postado em 08/02/2021 20:02 / atualizado em 08/02/2021 20:06
 (crédito: Diana Raeder/Esp. CB)
(crédito: Diana Raeder/Esp. CB)

O Programa de Mobilidade Virtual em Rede de Instituições Federais de Ensino Superior (Promover) permite que alunos de graduação de quatro universidades cursem até três disciplinas em mais de uma universidade pela internet, além das em que está matriculado. Para o período letivo atual foram oferecidas 2.240 vagas distribuídas em 340 disciplinas.


As universidades participantes estão presentes em três regiões brasileiras, elas são: Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Universidade Federal do Maranhão (Ufma) e Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsb).


O projeto está em fase piloto, mas a ideia da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) é estender para as 69 conveniadas do país. “Nós não temos nenhum tipo de limite para essa ação”, ressaltou Edward Madureira, reitor da UFG e presidente da associação, em coletiva nesta segunda-feira (8/2).


Edward considera que o programa tem uma característica de ser o início da aproximação das universidades, de forma mais concreta no compartilhamento de disciplinas. Ele observa que a adesão foi significativa e planeja algo mais robusto para o semestre seguinte.

Edward Madureira, reitor da UFG e presidente da Andifes destaca que o programa está na fase piloto
Edward Madureira, reitor da UFG e presidente da Andifes destaca que o programa está na fase piloto (foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados)

 

“O passo natural vai ser, quando formos iniciar, entre maio ou junho, o próximo semestre, nós possamos ter até a totalidade das universidades participando. Ou seja, 69 universidades com seus diversos câmpus e uma integração nacional”, afirma. Destaca também que, em um segundo momento, pode haver a participação de institutos federais.


Ele ressalta que isso poderia facilitar a parceria entre professores, compartilhamento de projetos de pesquisa e extensão e estudantes de iniciação científica. “Nós estamos fazendo um movimento que é de aproximar e integrar as instituições num verdadeiro projeto de país”, afirma.


Júlio César de Castro, estudante do 4° ano de medicina veterinária da UFG participará do programa. Ele ressalta que, além da possibilidade de conseguir cursar a disciplina que tinha dificuldade de cursar na instituição, pode conhecer novos professores e metodologias. O jovem considera a adesão um impacto positivo para histórico acadêmico e vivência profissional.

 

Integração entre universidades favorece o aprendizado


O reitor da Furg, Danilo Giroldo, lembrou que era um sonho antigo a busca dessa integração potente e intensa entre as universidades federais, “que se materializa nesse contexto da pandemia quando as tecnologias passam a ser mais familiares dentro da comunidade”.

O reitor da Furg, Danilo Giroldo, ressalta que a formação tem que ser ampla
O reitor da Furg, Danilo Giroldo, ressalta que a formação tem que ser ampla (foto: Fernando Halal / Furg)

 


“A formação de um estudante num ambiente universitário se compõe de um conjunto importante de vivências, formação política, formação social e cultural. Então, quanto mais se ampliar os diálogos interculturais e inter regionais, maior vai ser a qualidade do ensino”, observa.


Joana Angélica Guimarães, reitora da Ufsb, disse que o programa, além da troca de experiências sociais, culturais e acadêmicas, também permite um intercâmbio de modelos de universidades, de formas de ensino e modelos acadêmicos. “Isso tudo vai gerar uma riqueza muito grande para que a gente aprimore as nossas metodologias, nosso trabalho acadêmicos e pesquisas”, afirma.

Joana Angélica Guimarães, reitora da Ufsb, lembra que a possibilidade pode melhorar a qualidade de ensino
Joana Angélica Guimarães, reitora da Ufsb, lembra que a possibilidade pode melhorar a qualidade de ensino (foto: Ufsb / Reprodução)


A gestora defende que as diferenças regionais de um país de dimensões continentais podem contribuir para o aprendizado. “Há uma série de questões para serem trabalhadas em projetos de extensão que podem nos trazer elementos para que a gente aprenda a lidar e conheça a realidade desses espaços e possa, então, criar projetos conjuntos que dialoguem com comunidades nas diferentes regiões”, afirma.


Internacionalização está no radar


O reitor da Ufma, Natalino Salgado Filho, ressaltou que o projeto é fruto de longos debates, mas nunca foi colocado em prática. “O que norteia uma universidade é sempre manter uma parceria e fazer um intercâmbio. Esse é um exercício contínuo das instituições”, explica. “A partir dessa iniciativa foram feitas várias tratativas e iniciativas que estabelecem a necessidade de fazer um convênio de cooperação”.

O reitor da Ufma, Natalino Salgado Filho,afirma que pode haver internacionalização do programa
O reitor da Ufma, Natalino Salgado Filho,afirma que pode haver internacionalização do programa (foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

 

“Esse projeto se restringe a componentes virtuais. O que se pretende, na verdade, é fortalecer o ensino na nossa graduação”, afirma. Ele ressalta que esse é um projeto que pode se encaminhar para a internacionalização.

 

Um edital atualmente está vigente


Referente ao segundo semestre de 2020, o edital atual inclui a participação somente da UFG, Ufma, Furg e Ufsb. Estão aptos a participar da seleção estudantes de graduação regularmente matriculados ou com a matrícula ativa em das instituições de ensino superior participantes.


As disciplinas ofertadas no edital têm diferentes regimes e períodos letivos, e depende da instituição que as oferta. As inscrições são feitas pela internet e lista de todas as disciplinas ofertadas estão no edital, acesse aqui.

 

Confira o calendário:


Para Furg e Ufma:

  • Inscrições: até 3 de fevereiro;
  • Resultado preliminar: até 5 de fevereiro;
  • Recursos contra o resultado preliminar: até esta segunda-feira (8/2);
  • Resultado dos recursos e resultado final: até quarta-feira (10/2);
  • Envio de documentos: até quinta-feira (11/2);
  • Publicação da lista de estudantes matriculados por disciplina: até sexta-feira (12/2).

 

Para UFG e Ufsb:

  • Inscrições: até esta segunda-feira (8/2);
  • Resultado preliminar: até quinta-feira (11/2);
  • Recursos contra o resultado preliminar: até domingo (14/2);
  • Resultado dos recursos e resultado final: até 15 de fevereiro;
  • Envio de documentos: até 18 de fevereiro;
  • Publicação da lista de estudantes matriculados por disciplina: até 19 de fevereiro.

 

*Estagiário sob a supervisão da editora Ana Sá

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