volta às aulas

Presidente da UNE diz que falta organização e planejamento no MEC

Iago Montalvão criticou a portaria que determina a volta às aulas nas instituições de ensino federais, que será revogada. Segundo ele, os estudantes brasileiros querem retornar às salas de aulas de maneira segura

Isabella Almeida*
postado em 02/12/2020 20:17 / atualizado em 02/12/2020 22:17
Além de presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão também é estudante de economia da Universidade de São Paulo (USP) -  (crédito: Karla Boughoff.jpeg)
Além de presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão também é estudante de economia da Universidade de São Paulo (USP) - (crédito: Karla Boughoff.jpeg)

O presidente da União Nacional dos Estudantes, Iago Montalvão, criticou nesta quarta-feira a falta de organização e planejamento do Ministério da Educação (MEC). Ele disse que a pasta não se aprofunda nos documentos produzidos pelo Conselho Nacional  de Educação (CNE), não constrói fóruns de discussão e tampouco contribui para agilizar o processo de vacinação da população.

Na manhã desta quarta feira havia sido publicada no Diário Oficial da União portaria que determinava o retorno das aulas presenciais em instituições federais a partir de 4 janeiro de 2021. A decisão será revogada pelo Ministério da Educação.

Para Iago, a  decisão do ministro Milton Ribeiro de revogar a portaria foi provocada pela pressão que a comunidade acadêmica impôs após a divulgação e também pela rejeição que as universidades federais demonstraram.

O ministro da educação, Milton Ribeiro, declarou em entrevista à CNN que iria se reunir com a comunidade acadêmica antes de publicar outras decisões. Iago acredita que essas reuniões incluirão apenas a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). Apesar da boa relação da comunidade com essas instituições, o presidente da UNE afirma que seria necessário ouvir diretamente professores, estudantes e técnicos: “Nem o próprio Conselho Nacional de Educação tem sido ouvido.”

Quando questionado sobre a possibilidade das instituições de ensino federais retomarem atividades presenciais durante a pandemia, Iago afirmou que é pouco provável que universidades e institutos consigam realizar esse retorno: “Dificilmente terão condições, porque isso demandaria investimento pesado, e o que temos visto é o contrário, redução de orçamento.”

O líder estudantil reiterou que os estudantes querem a volta das atividades presenciais, mas que, acima disso, precisam de condições adequadas para que esse retorno seja feito com segurança. E enquanto isso não for possível, as universidades devem garantir assistência aos estudantes.

 

*Estagiária sob supervisão da editora Ana Sá

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