Crescimento de 1,8% no número de total alunos de ensino superior entre 2018 e 2019 está abaixo da média e foi impulsionado exclusivamente pela modalidade de ensino a distância, que teve alta de 15% nos ingressos. O formato presencial apresentou queda de 1,5% na quantidade de novos estudantes no ano passado. Dos 8,6 milhões de estudantes de nível superior do país, 2,4 milhões fazem a graduação de forma não presencial. O número representa 28,5% do total.
Ao comparar os últimos 10 anos, o ingresso em cursos não presenciais cresceu mais de 378,9%, enquanto a variação do formato presencial foi de 17,8%. O crescimento do ensino on-line é relevante, mas os números de 2019 poderiam ser ainda maiores, pois menos de um quinto das novas vagas ofertadas a distância foram preenchidas.
Os dados são do Censo da Educação Superior 2019, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O estudo é feito anualmente. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o presidente Inep, Alexandre Lopes, comentarão os resultados em entrevista coletiva marcada para às 9h30 desta sexta-feira (23/10).
Acompanhe a coletiva:
O ensino a distância acabou sendo forçado na pandemia, mas, em 2019, já era o modelo adotado por 35% dos estudantes de faculdades particulares. Na rede pública, a EAD era a modalidade de 7,5% dos alunos. O ensino on-line, que já estava em crescimento acelerado, pode ganhar uma curva de ascensão ainda mais positiva a partir da pandemia.
O perfil médio dos alunos do ensino a distância é formado por mulher cursando licenciatura na rede particular. O perfil médio de quem estuda no regime presencial é formado por mulheres, cursando bacharelado na rede particular em turno noturno.
8,6 milhões de universitários
Entre 2018 e 2019, o ensino superior nacional passou a contar com 152 mil alunos a mais. O número de matriculados passou de 8,4 milhões para 8,6 milhões. Desde 2009, o total de matrículas na educação superior subiu 43,7%. O ano de 2019 teve 187 mil calouros a mais que 2018, totalizando 3,6 milhões de ingressantes. Em 2009, ingressantes de cursos a distância eram 16,1% do total e, em 2019, calouros da modalidade foram 43,8% do total.
Adepta do ensino on-line
Entre os calouros do ensino a distância que iniciaram o curso em 2019, está Marta Carvalho, 45 anos. “Tem sido maravilhoso. Para mim, que já fiz uma faculdade presencial, estou amando as aulas a distância”, relata. Ela concluiu a graduação em relações públicas em 2006, no Centro Universitário Iesb, mas precisou interromper a carreira para cuidar da mãe, diagnosticada com câncer de mama e doença de Alzheimer.
“Eu tinha medo de recomeçar por causa da idade e do tempo sem estudar, mas quando meu irmão, que é mais velho que eu, voltou aos estudos, eu me perguntei: por que não?”, relembra. Desempregada há cinco anos e sem poder ficar muito tempo fora de casa, Marta decidiu investir em uma nova graduação, dessa vez a distância. O curso escolhido foi secretariado executivo, na mesma instituição onde estudou presencialmente.
“Estou animada! Quero fazer pós-graduação em marketing digital e levar os estudos para frente. Ano que vem, pretendo voltar ao mercado de trabalho”, expõe. Com a pandemia, ela iniciou uma segunda graduação a distância no Centro Universitário Iesb: gestão de negócio e inovação. No que depender da paixão pelos estudos, ela não vai parar por agora. “Eu estou apaixonada. Se eu tivesse como, faria mais cursos ainda”, revela.
Confira os principais resultados do Censo da Educação Superior do Inep no link.
Transmisssão da coletiva de imprensa
Apresentação | Censo da Educação Superior 2019
Microdados | Censo da Educação Superior 2019
Notas Estatísticas | Censo da Educação Superior 2019
Sinopse Estatística | Censo da Educação Superior 2019
Tabelas de Divulgação | Censo da Educação Superior 2019
Indicadores de Fluxo da Educação Superior
Press kit | Censo da Educação Superior 2019
*Estagiária sob a supervisão da subeditora Ana Paula