A maioria dos alunos da graduação no Brasil estudam em instituições particulares de ensino. Dos 8,6 milhões de estudantes registrados pelo Censo da Educação Superior de 2019, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nesta sexta-feira (23/10), mais de 6,5 milhões estão na rede particular.
O anúncio contou com a presença do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e do presidente Inep, Alexandre Lopes. “A rede particular tem uma participação preponderante na educação brasileira. O Estado não seria capaz de cumprir a missão constitucional se não fosse a parceria e a atuação da educação particular”, disse o ministro.
Ao todo, 2.608 instituições oferecem cursos superiores no país, sendo que apenas 302 são públicas. Em 2019, mais 3,6 milhões de pessoas começaram a faculdade, das quais cerca de 3 milhões entraram pela rede particular.
Durante a coletiva, o ministro citou o Plano Nacional de Educação (PNE), caracterizando-o como sonho no qual o MEC está “envolvido de corpo e alma". O ministro também defendeu que o investimento na educação superior é imperativo para o desenvolvimento científico, para a propulsão da inovação e também para a empregabilidade dos jovens.
“Novamente, o Inep nos permite conhecer as evidências necessárias para a construção de políticas públicas educacionais mais assertivas. Nós temos um foco e queremos andar no sentido da qualidade da nossa educação”, garantiu Ribeiro.
Vagas não ocupadas
No ano passado, foram ofertadas 16,4 milhões de vagas, das quais quase 95% eram do sistema particular. Nas públicas, foram oferecidas 837.809 mil oportunidades, mas pouco mais de 556.778 mil estudantes ingressaram.
Nas instituições particulares, o número da oferta em cursos a distância (EAD) cresceu. Das 15,5 milhões de vagas na rede, 66% eram de EAD. A expectativa é de que o número continue crescendo.
Bolsas e financiamentos
Mais 45% dos alunos da educação particular recebem algum tipo de bolsa ou financiamento estudantil. A maior alta está entre programas de acesso das próprias faculdades, que incentiva a permanência de mais de 1,8 milhões de alunos. Em 2018, esse tipo de oferta era de 1,6 milhões.
No ano passado, o Censo da Educação Superior registrou que 615 mil estudantes são participantes do Programa Universidade para Todos (ProUni), cerca de 40 mil a mais que em 2018.
O número de beneficiados pelo Financiamento Estudantil (Fies) caiu. Em 2019, 571 mil estudantes estavam ativos no programa, enquanto no ano anterior eram 821 mil.
Valorização dos professores
“O professor é o grande protagonista da educação no Brasil”, disse Milton Ribeiro durante o pronunciamento. O ministro ressaltou a importância de investir na capacitação dos profissionais. “Nós demos atenção aos alunos, à estrutura, aos métodos de ensino e temos que capacitar nossos professores. São eles que marcam a vida dos estudantes.”
No início da semana, foram divulgados também os resultados de Enade. “Fecho esta semana de divulgação, reforçando que bons cursos de graduação estão intimamente ligado à formação de bons profissionais”, afirmou o ministro.
Cerca de 48 mil pessoas com deficiência frequentam o ensino superior
Dos 8,6 milhões de estudantes matriculados no ensino superior em 2019, 48,52 mil são pessoas com deficiência. O número representa 0,56% do total. Com relação a 2018, são aproximadamente 5 mil novos alunos com deficiência que fazem graduação.
Comparando os últimos 10 anos, a quantidade quase dobrou. Em 2009, eram apenas 20,5 mil estudantes com deficiência ocupando as salas das faculdades.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de dificuldade para ver, ouvir, se movimentar ou certo tipo de incapacidade mental. Na lista de pessoas com deficiência do Censo da Educação Superior, foram contabilizados alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação.
A maioria desses estudantes, 16.376 mil, têm algum tipo de deficiência física, 13,9 mil têm baixa visão e 6.569 têm deficiência auditiva. Entre as pessoas com deficiência intelectual, são 4.177 cursando o ensino superior.
*Estagiária sob a supervisão de Ana Sá