CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Veja os 10 cursos com mais alunos e como a busca mudou desde 2009

Censo revela que curso de direito deve ceder liderança ao de pedagogia. Confira animação que mostra interesse do estudante brasileiro ao longo do tempo

Ed Wanderley
postado em 23/10/2020 14:44 / atualizado em 23/10/2020 16:13
 (crédito: Pixabay)
(crédito: Pixabay)

Entre 2009 e 2019, o Brasil mudou o perfil de dominação completa do curso de administração entre os estudantes universitários, com mais de 800 mil matrículas anuais. Ao longo da década, o curso cedeu espaço para o de direito. Segundo dados do Censo da Educação Superior, divulgado nesta sexta-feira (23/10), o cenário deve mudar em breve, tendo pedagogia como a queridinha do ensino superior brasileiro.

Os dados revelam, desde 2016, pedagogia lidera o ranking de novas matrículas de alunos ingressantes e, em 2019, ano de que trata a nova edição do censo, passou a liderar também o número de matrículas nos anos de conclusão do curso - com 47% de retenção, ao comparar os 124 mil formandos de 2019, frente os 263 mil ingressantes de 2016.

Ao longo das diferenças anuais, é possível ver como cursos como psicologia e engenharia civil tiveram crescimento expressivo ao longo desta década, o "boom" de engenharia de produção e como, após um hiato entre os cursos mais procurados, educação física se destaca entre as licenciaturas.

Explorar a busca por determinados cursos ajuda a explicar o sistema de ensino e também o momento do Brasil. Os 10 cursos mais procurados passaram de concentrar 2,8 milhões para 4,1 milhões de universitários, um crescimento de 44%. Com a flexibilização e a abertura de novos centros universitários voltados ao ensino da medicina, por exemplo, o curso voltou ao top 10 em 2018, após sete anos ausente.

Outro importante retrato trazido pelo censo é a consolidação do ensino a distância, o que influencia fortemente, em especial, os cursos de licenciatura. Em 2019, houve mais matrículas (53,3%) nesse formato do que no tradicional. Os interesses pela linha de formação também são indicativo da força que certas disciplinas têm ou não têm no ensino de base.

Com exceção de matemática, a preferência pelas especializações de áreas humanas é facilmente perceptível - há três vezes mais matriculados em história do que em física e química. A barreira da língua estrangeira se apresenta na mesma dimensão, com apenas o inglês aparecendo no curso de letras, mas em ordem três vezes inferior ao curso voltado apenas ao português.

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