O segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo (10/11), contou com questões de matemática e ciências da natureza que abordaram temas variados e que exigiram dos candidatos uma leitura atenta. No entanto, especialistas comentam que a prova seguiu o nível de dificuldade de anos anteriores, com destaque para tirinhas, como do cartunista Laerte e do personagem Calvin, temas sobre meio ambiente e uso de gráficos e tabelas.
"A prova de Ciências da Natureza do Enem exigiu boa leitura e concentração dos candidatos, manteve características muito frequentes de provas anteriores, contendo temas muito atualizados e contextualizados", diz o coordenador pedagógico do Poliedro Colégio, de São Paulo, Bernardo Hallack Fabrino.
Para ele, a prova de matemática também seguiu o mesmo padrão, com pequenas mudanças, como o retorno de projeção ortogonal no plano. “A surpresa ficou por conta da ausência de funções de segundo grau, tema mais recorrente em anos anteriores”, conta Fabrino.
Ciências da Natureza
A prova de física trouxe maior foco em termologia, com outras questões envolvendo cinemática acústica, com gráficos. Para o professor de física Nilo Sanchez, do cursinho Aprova Total, a prova estava de nível fácil a médio: “Não tinha nenhuma questão que fosse impossível, tinham questões capciosas que às vezes poderiam se confundir, mas no geral, estava uma boa prova de se fazer".
Já a prova de química, que se debruçou sobre funções orgânicas, PH e ciclos biogeoquímicos, surpreendeu pelo nível de dificuldade alto, segundo o professor de química Guilherme, do Aprova Total, que destaca a complexidade dos cálculos, exigindo maior tempo para resolução.
"Foi uma prova que fugiu um pouco do padrão, surpreendeu pela exigência dos cálculos, com perguntas mais diretas e menos contextualização. A prova foi mais difícil para o aluno, exigiu mais tempo para a resolução”, explica. O professor do Aprova Total Guilherme complementa que “questões envolvendo duas disciplinas era comum, como um elo entre a biologia e a química ou com a física".
A prova de biologia abordou bastante citologia, ecologia e zoologia, além de questões envolvendo vacinas, doenças e genética. A surpresa foi pela ausência do assunto de botânica. “A prova de biologia, na sua maioria, teve um nível intermediário, incluindo cinco mais difíceis e algumas mais fáceis. Surpreendentemente, não houve questões de botânica, que havia sido bastante cobrada nos últimos anos", afirma Gustavo Schmidt, professor de biologia no Aprova Total.
Matemática
A prova de matemática, que também manteve o grau de dificuldade de anos anteriores, teve foco em geometria, interpretações de gráficos e tabelas e logaritmos, exigindo bastante interpretação e atenção.
"Todo mundo sabe que a prova de matemática impõe dificuldades, era muita leitura, muita questão com detalhezinho, umas continhas realmente que complicavam e tinha que ter muita atenção”, expõe o professor de matemática do Aprova Total conhecido como Piu. O professor Naza, do mesmo cursinho, aponta um fato interessante, devido à característica interpretativa: “Foi uma prova com o uso de poucas fórmulas”.