Eu, Estudante

Ciências da natureza e matemática

Professores comentam 2º dia de provas do Enem: 'Dificuldade média'

Com poucas questões fora do esperado, prova beneficiou os estudantes bem preparados, apontam os especialistas

O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve dificuldade média, de acordo com especialistas ouvidos pelo Correio. Neste domingo (10/11), os estudantes testaram conhecimentos sobre as ciências da natureza (química, física e biologia) e de matemática.

Os candidatos tiveram cinco horas para responder a 90 questões objetivas. Eles só puderam sair da sala após duas goras do início das provas. Para levar o caderno de questões, foi necessário esperar até os 30 minutos finais para sair.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Matemática

A prova de matemática apresentou nível de dificuldade médio e estava ligeiramente mais acessível do que a edição anterior, de acordo com Sérgio Ghiu, professor do Colégio e Sistema de Ensino pH. "Esse ajuste na dificuldade se deu pela presença de questões de aritmética básica, que exigiram do candidato uma identificação e reconhecimento de valores, oferecendo assim uma entrada direta para alguns itens", afirmou.

Entre os conteúdos cobrados, estiveram aritmética básica e identificação de valores; funções e progressões; geometria; razão, proporção e análise dimensional; probabilidade e análise combinatória; média, moda e mediana.

Segundo o professor, a prova teve conteúdo dentro do esperado, sem questões que pudesse ser consideradas surpreendentes ou fora do padrão. "Em síntese, foi uma prova abrangente, cobrindo temas essenciais com clareza, mas sem trazer grandes surpresas, beneficiando os estudantes bem preparados em conteúdos fundamentais e intermediários", completou.

Química

Para o professor Wellignton Campos, do Colégio pH, a prova de química teve nível de mediano a difícil, como esperado. "Tinham questões fáceis e médias, porém a maioria era de mediana para difícil. Como nos anos anteriores, há um toque de interdisciplinariedade: há questões que podem ser resolvidas tanto por química quanto por biologia, por exemplo", ressaltou o profissional.

Assuntos recorrentes no Enem foram cobrados novamente, como separação de misturas, química ambiental, pilhas, relações numéricas e identificação de função da química orgânica.

Uma questão considerada inusitada, conforme o professor, abordou a definição atual de composto orgânico. "Isso é absolutamente incomum, isso é aula zero de química orgânica", acrescentou. Outra cobrança inusitada tratou da capacidade do composto grafeno de conduzir corrente elétrica na chuva.

Biologia

A prova de biologia foi marcada por assuntos como doenças, impactos ambientais, fisiologia, citologia e genética. "O Enem pareceu bem antenado com assuntos do cotidiano", apontou a professora Wiler Pereira, da rede de ensino Elite. Para ela, a prova teve dificuldade média.

Questões abordaram aparecimento de doenças como Zika e Chikungunya; impactos ambientais e alternativas para despoluir áreas afetadas por mercúrio a partir da ação de plantas; vacinação e covid-19; e microplásticos.

Houve ainda uma questão sobre Jogos Olímpicos e fisiologia humana, "deixando claro que a prova continua muito permeável aos acontecimentos recentes", ressaltou Pereira.

Matéria em atualização