Por Bruna Paux, especial para o Correio
Nos portões já fechados da Faculdade Upis, na Asa Sul, neste primeiro domingo de prova, pais sentem a emoção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) junto aos filhos.
Pedro e Sandra Montenegro, ambos de 50 anos, vieram trazer a filha Joana, de 17, para fazer pela primeira vez o Exame. “Ela tava um pouco nervosa, mas está fazendo essa prova como treineira. É muito bom ela ter essa experiência, para no próximo ano não ficar tão nervosa”, contou o servidor público Pedro.
“É muito interessante vê-la entrando pela primeira e vez em uma faculdade, fazer o Enem em uma faculdade que poderia ser onde ela estudaria. É também muito interessante vê-la se aclimatando, fazendo essa comparação do que é o segundo grau e esse espaço de uma universidade”, afirma Sandra, que atua como mediadora e advogada.
Correndo até o portão, a cuidadora de idosos Tatiane dos Santos foi levar o RG esquecido pela filha Gabrielly dos Santos, 18 anos. As duas vieram de Valparaíso do Goiás e Tatiane saiu às pressas de seu trabalho, na SQS 115, até a Upis para entregar o documento.
“Como somos do Valparaíso e a prova dela ia ser aqui (Asa Sul) eu a orientei, pelo telefone, a chegar até meu trabalho, que é aqui perto, para depois vir fazer a prova. Ela desceu na parada errada, pedimos uber de lá até meu trabalho e ela conseguiu chegar. Então ela está muito nervosa, está bem agitada com essa prova, estudou bastante. Aí era o tempo todo eu lembrando no telefone da caneta e da identidade”, afirma Tatiane.
A cuidadora de idosos conta que, cinco minutos antes da prova, Gabrielly a ligou, chorando, dizendo ter esquecido a identidade, após já ter tentado acessar o documento digital e não ter conseguido. “Ela me disse ‘a senhora tem até 13h30 para trazer’. O bom é que meu trabalho é aqui perto. Eu vim correndo, estou me tremendo todinha”, diz.
Sentado à frente do portão, Jetone Martins, 48 anos, esperava a filha Sara Juliana terminar a prova. “Espero pela expectativa e também porque é uma coisa que você leva para o resto da vida, essa coisa de pai, de pai coruja”, conta o motorista escolar, que diz sempre ter esperado as duas filhas nos portões das provas. Sara, que está no 3º ano do ensino médio, busca cursar administração, mas ainda não está certa do curso.
“É muito importante fazer a prova, porque é uma preparação e para se habituar para outras”, afirma o motorista, ansioso pela conquista da filha.
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