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Congresso

Enem: bancada ruralista quer anulação de questões sobre meio ambiente

Frente Parlamentar da Agropecuária cobra do governo "cunho ideológico" do Enem. Deputados desse grupo ameaçam convocar ministro da Educação, Camilo Santana, para prestar esclarecimentos

A bancada ruralista do Congresso Nacional está indignada com parte do conteúdo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e cobra do governo um posicionamento sobre o "cunho ideológico". O grupo quer a anulação de três questões "mal formuladas".

Em nota, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ameaça convocar o ministro da Educação, Camilo Santana, cobra informação sobre a banca examinadora do Enem e qual a bibliografia usada para elaboração dessas questões.

As três perguntas alvo dos ruralistas trataram dos seguintes temas: desmatamento da Amazônia e avanço da cultura da soja, "superexploração dos trabalhadores" e excesso de agrotóxico, ao usar a expressão "chuvas de veneno".

Os ruralistas entendem que na prova do Enem há um "negacionismo científico" contra um setor que garante a segurança alimentar do Brasil e do mundo, dizem na nota.

"É inacreditável o governo federal se utilizar de desinformação em prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que disputam uma vaga nas universidades do Brasil. A anulação das questões é indiscutível, de acordo com literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo", argumenta trecho do texto da FPA.

E informa ainda que o Brasil é o único país do mundo em que o governo "propaga desinformação" sobre essa atividade econômica, que gera riqueza, renda e empregos.

"Vincular crimes à atividade legal é informação? A ineficiência do Estado brasileiro está exposta. A vinculação de crimes à atividade legais no Brasil é um critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas e eficientes e de combate a ilegalidades. Não permitiremos que a desinformação seja propagada de forma criminosa entre nossa sociedade, como foi feito durante os anos anteriores do governo atual", afirmam também os ruralistas.