Estudante do 3º ano no Colégio Sigma, Daniel Vianna, 17 anos, fará o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela segunda vez e garante que a pressão neste ano é maior por estar concluindo o ensino médio. "O último ano é sempre muito marcado por essa apreensão do vestibular e o meu foi marcado pela preparação, o que é normal", avalia. "A reta final tem sido assim de muita apreensão e a minha meta é saber equilibrar isso, ponderando meus objetivos com algumas táticas para minimizar a ansiedade", comenta o morador do Guará.
Aluno dedicado e apaixonado por história e geografia, Daniel pretende cursar relações internacionais e conta que reduz o ritmo de estudo, mas não deixa de se atualizar dos conteúdos. "Descansar, assistir uma série e regular o sono são muito importantes, além de uma alimentação equilibrada também, porque tudo isso influencia na nossa concentração e no desempenho na prova", ressalta.
Colega de classe de Daniel, a aluna Ana Júlia Mendes, 17, fará o Enem pela primeira vez. Ela conta que, há quatro meses, estava com o fluxo mais forte de estudos. No entanto, na etapa final de estudos, desacelerou, mas continua revisando alguns conteúdos. Além do Enem, ela ainda fará outros vestibulares. "A gente sabe que o melhor é dar uma descansada para o cérebro estar relaxado e distensionado na hora da prova. Antes, eu ficava acordada até muito tarde, mas acho que repouso neste momento é muito importante", detalha a adolescente, que mudou o hábito de assistir séries antes de dormir.
Preparando-se para o Enem pela terceira vez, sendo uma delas como treineira, a estudante Maria Clara Gigante, 18, sonha em cursar medicina. Ela conta que as preparações para os dias que antecedem a prova se resumem a estudos de revisão diários, lista de exercícios e realização de exames anteriores. "Um hábito que me ajudou muito durante a trajetória é o ato de cronometrar o tempo de realização dos exercícios. Afinal a otimização do tempo no exame é a dica de ouro: ajuda na hora de se acalmar", ressalta a moradora de Vicente Pires.
Com experiência na prova, Maria Clara acredita que a ansiedade e o nervosismo são sentimentos naturais e que vão estar presentes sempre, em especial nos dias que antecedem ao exame. Para manter a calma, ela usa técnicas de respiração e contração muscular.
Cursando engenharia mecatrônica na Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, Matheus Hipólito Carvalho, 18, foi treineiro no Enem por duas vezes antes de fazer realmente a prova com o intuito de passar em uma universidade. "A partir dessa minha experiência, e em outras provas de vestibular, eu criei certos hábitos que me ajudaram a me acalmar na véspera. Alguns, uso até hoje para me concentrar para provas importantes na faculdade", comenta. Entre os costumes adquiridos, Matheus conta que, na semana anterior à prova, parava de fazer exercícios, simulados e provas antigas.
O estudante de engenharia conta que, na véspera, separava apenas uma hora do dia para reler algumas fórmulas ou algum modelo de redação. "Tentava relaxar no resto do dia, andando com meu cachorro, falando com minha família. Acredito que o apoio familiar nesse momento de ansiedade e apreensão ajuda muito no psicológico", pontua. Matheus ressalta que dormia cedo para acordar bem e sem dor de cabeça.
Saiba Mais
Desacelerar
Professor de filosofia e sociologia em um cursinho pré-vestibular, Marcos José de Morais ressalta que a decisão do que fazer na véspera da prova é relativa a cada estudante. "A maioria tem que se desligar um pouquinho. Faz bem. Grande parte vai chegar na sexta à noite e parar os estudos, no sábado vai tentar passear para que a última coisa seja lembrar da prova", avalia. Conhecido como Marcão pelos estudantes, o professor destaca que a dica para a prova deste domingo é se atualizar do que está acontecendo no Brasil e no mundo.
A professora de português e redação do Escrita Única Sharlene Leite recomenda que os estudantes relembrem o que os motivou para os estudos. "É muito importante que o aluno busque coisas que façam sentido no projeto de vida dele e que ele entenda que a prova é etapa. Quando a gente acha que isso é o todo, muitas vezes não consegue reproduzir tudo que fez dentro do processo, dentro da própria preparação", ressalta.
O papel dos pais é fundamental para a preparação dos estudantes. Para Sharlene, uma boa ideia é que os pais preparem uma comida que o filho gostem e deixem eles confortáveis para o momento de irem fazer a avaliação.
Médico psiquiatra do Hospital Santa Lúcia Norte e ex-professor da UnB, Fábio Aurélio Leite ressalta que os alunos têm de entender que, perto da prova, é importante diminuir o ritmo de uso do cérebro. "Reduzindo a intensidade, você vai conseguir dar um descanso e, no dia da prova, você poderá exigir mentalmente e emocionalmente de si", conclui.
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