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PREPARAÇÃO

Com a proximidade do Enem, especialistas dão dicas para hora da prova

A um mês para a avaliação, professores revelam as melhores estratégias para quem vai fazer o exame. Candidatos também contam seus segredos para ganhar agilidade e aumentar as chances de acerto

As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorrem este ano nos domingos 13 e 20 de novembro. E a esta altura, os vestibulandos de todo o Brasil se questionam: "qual estratégia devo seguir no dia D?". Alguns candidatos sabem exatamente o que precisam fazer para ganhar agilidade no momento da resolução das questões e ampliar suas chances de acerto. Outros ainda precisam de um toque de mestre.

As questões do exame são divididas em cinco áreas do conhecimento: ciências humanas, da natureza, linguagens e códigos e matemática, além da prova de redação. Em cada uma delas é necessário uma interação diferente para alcançar bom desempenho. Professores especialistas no Enem e vestibulares do Centro Educacional Sigma explicam, em detalhes, quais são as melhores estratégias para mais acertos e agilidade na hora da prova.

Especialista em estratégia para o Enem, o professor João Gabriel Nogueira explica que, para montar um plano de provas assertivo, é necessário que o aluno conheça a teoria de resposta ao item (TRI), além de ter estudado previamente a matriz de referência e material com as regras para a elaboração dos tópicos. Segundo ele, ao compreender a matriz, o estudante é capaz de tomar decisões corretamente, analisando cada questão. Sabendo, por exemplo, que acertar mais questões de nível fácil e médio pode garantir mais pontos ao aluno. "De forma simples, é como se as questões fáceis valessem 50 pontos e as difíceis valessem 3", diz. Dessa forma, é mais vantajoso pular, de cara, questões mais difíceis ou muito específicas que o aluno reconheça não ter domínio. Essa estratégia economiza a duração do exame e evita o cansaço. Posteriormente, se restar tempo, é possível voltar a essas mesmas questões sem prejudicar o desempenho em relação ao tempo disponível para responder a prova.

João Gabriel, que é professor de linguagens e códigos, afirma que começar a resolução pelo enunciado e, em seguida, ler a frase de referência do texto ou imagem, é uma ótima opção. Depois, com as informações absorvidas, é interessante avaliar qual das cinco opções é a mais específica e fiel ao texto. Achando a alternativa, é preciso consultar o texto para validar o que foi encontrado. "O Enem é uma prova social. Então, alternativas que valorizem questões sociais têm 90% de chance de estarem corretas", enfatiza.

O terror para os estudantes começa, geralmente, nas 45 questões de Ciências da Natureza, divididas entre biologia, química e física. O professor de física Rodrigo Bessone recomenda aos vestibulandos a não se desesperar na hora de encarar os conteúdos da prova. Em um primeiro momento, aconselha, os estudantes devem ler o comando da questão e depois o texto, procurando informações que ajudem a solucionar o que é pedido. Lembra, ainda, que nesta reta final os alunos devem revisar os conteúdos mais recorrentes como termodinâmica, ondulatória e cinemática. E reitera que decorar fórmulas não garante a resolução de expressões. "Na área de exatas é comum precisar de uma fórmula ou outra, mas a banca examinadora do Enem gosta da aplicabilidade dos conteúdos. A habilidade do aluno em identificar a situação do problema e achar uma solução se sobressai em relação à decoreba", afirma.

Matemática, por sua vez, é uma grande incógnita para quem precisa alcançar uma nota de corte altíssima. São 45 questões divididas entre vários assuntos básicos, médios e de maior complexidade. Professor na rede Sigma, Paulo Luiz Ramos explica que, para otimizar o tempo, é preciso aprender a fazer operações sem o auxílio de uma calculadora, assim como no dia, já que o aluno não terá o mesmo suporte. É válido, também, observar muitas questões de porcentagem, proporção e estatística. Sobre o clássico "chutar ou não", ele indica arriscar a sorte nas questões mais difíceis. "O Enem não costuma fugir da realidade. Por exemplo, se a pergunta é: quanto mede uma parede? Você não vai chutar um valor absurdo", exemplifica.

Formado em história, pedagogia e também cientista político, Tiago Diana aponta que, para a prova de humanas, o estudante pode usar como estratégia iniciar pelas questões mais difíceis e deixar as consideradas fáceis para um momento de descanso. E faz um alerta: "Se uma questão é de um conteúdo que o estudante não tem nenhuma lembrança, mantenha a calma, passe para a próxima questão. Dessa forma, há mais tempo para visitar, com qualidade, a prova inteira", afirma. O vestibulando pode usar, também, algum tipo de código para marcar as questões mais difíceis para não se confundir, ou voltar mais tarde.

Como visão geral da prova de humanas, ele indica que os alunos revisem os conteúdos que mais caem: história do Brasil, noções de Idade Média e Idade Moderna. Entre as questões de geografia, a ordem é focar em agropecuária, indústria, fases do capitalismo e ambiental. Para sociologia, o professor Tiago lembra que é importante estudar estratificação social e movimentos sociais. Pontua, ainda, que, em geral, a prova de humanidades é centrada em temas atuais e de amplo interesse.

Construir uma boa redação em um bom tempo também é um desafio no Enem. Para tanto, é importante se planejar. Segundo Analu Vargas, professora de redação, a melhor estratégia é interpretar o tema, planejar o texto conforme as competências de avaliação da banca e lembrar de usar repertório sociocultural para validar as ideias escolhidas. Em relação ao tema da redação deste ano, a professora comenta: "Pode cair qualquer um referente às demandas da sociedade brasileira. Por isso, é importante que, ao estudar para o Enem, os alunos saibam fazer uma leitura de mundo e se atentem aos problemas que acontecem no mundo, principalmente no Brasil.

*Estagiária sob a supervisão de Ana Sá

 

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