Eu, Estudante

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Enem 2021: Estratégia é arma para a matemática

Com mil pontos em jogo, estudante deve definir como fazer as 45 questões para elevar nota

Alheia às últimas polêmicas e denúncias de ingerência no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a matemática promete manter seu ritmo, como de costume. Na dança dos números, valem os passos da lógica e do raciocínio. A razão dá, literalmente, a cadência da prova. Por isso, ter estratégia bem definida é a chave para destrinchar suas 45 questões no domingo. Sem disciplina concorrente, com um teste inteiro dedicado a ela, distribui sozinha mil pontos e é, ao lado da redação, quem define a nota que abrirá ou não as portas do ensino superior.

“A matemática é uma área mais técnica que acaba passando um pouco ao largo dessas questões (polêmicas que tomaram conta do Enem nos últimos meses). Além disso, o banco de questões já está feito e com proficiência definida. A expectativa é de que se mantenha a mesma estrutura dos anos anteriores”, afirma o coordenador de matemática do pré-vestibular Bernoulli, Luiz Paulo de Freitas Camilo. Ele chama atenção para o fato de a prova ter se tornado muito mais conteudista nas últimas edições.

De acordo com o professor, a maior parte dos itens diz respeito a razão e proporção (problemas de escalas, divisão proporcional, regra de três). É o assunto mais cobrado ao lado de estatística e médias, conhecimentos geométricos, porcentagem e juros. Levantamento do Bernoulli mostra que nas 10 últimas edições do Enem, as provas tiveram um total de 239 questões fáceis, 192 médias e 62 difíceis. “Em geral, questões de nível mais fácil chegam a quase metade da prova. Por isso, é importante que o aluno tenha estratégia muito bem definida para selecionar essas questões que fazem a nota aumentar consideravelmente.”, ressalta Luiz Paulo.

E por que a predileção por esses temas? De acordo com o professor, razão é assunto que serve de pano de fundo para vários outros: porcentagem é uma razão especial, em funções também se trabalha razão e proporção, além da própria geometria. Assim, ela se apresenta como “um tema unificador, porque permite avaliar relações em diversas grandezas”. E se o objetivo é identificar logo as questões difíceis para não perder tempo nem pontos, a dica é bater o olho no comando. “A complexidade já está no enunciado: quando ele é muito grande e o aluno sente que vai demorar muito tempo para destrinchar dados e fazer cálculos”, orienta Luiz Paulo. Em matéria de “dificuldade”, logaritmos, probabilidades, trigonometria e análise combinatória são as campeãs. “É também o reflexo do problema educacional brasileiro: os estudantes do país têm baixo desempenho em matemática, então, a massa de candidatos tende a ter deficiência nesses assuntos mais técnicos.”

Garantir as mais fáceis e voltar no fim da prova nas mais difíceis é estratégia para o exame por inteiro, mas ainda mais importante quando em jogo estão tantos pontos numa única prova. Tudo em nome da teria de resposta ao item, a famosa TRI, base de correção do Enem que não associa acertos com notas. “Pode haver duas pessoas com a mesma quantidade de acertos, mas com notas diferentes. A TRI é piramidal: base com questões fáceis, sobe com médias e na ponta deixa algumas difíceis. É alicerçado na base para mostrar coerência pedagógica. Ou seja, é natural que o aluno passe a errar a partir de um certo ponto. Se acertou muitas difíceis e errou fáceis não é coerente e, por isso, o acerto será ponderado com pontuação menor”, explica o coordenador.

Facilidade

Se para muitos participantes do Enem a matemática é ainda a grande vilã, o mesmo não vale para o estudante Lucas Lana Moreira Lima, de 17 anos, aluno do 3º ano do Colégio Bernoulli. Para ele, matemática é de longe a matéria com a qual trabalha com mais facilidade. E com mais gosto. Domingo tem ainda física e química, suas outras competências a perder de vista. E não é à toa.

Medalhista em olimpíadas de matemática, química, física astronomia, das quais participa desde o 6º ano do ensino fundamental, ele atribui sua tranquilidade ao hábito adquirido nessas competições. “Depois de fazer várias provas importantes, comecei a ter tranquilidade para as avaliações”, conta. Em 2019, ainda no 1º ano do ensino médio, fez seu primeiro Enem, como treineiro. Acertou 43 das 45 questões de matemática.

Classificado para a segunda fase do vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da Universidade de Campinas (Unicamp), o aluno da turma especial ITA mira também no Enem para ampliar seu leque de escolhas. “Enem é uma prova diferente de vestibulares como o do ITA por causa da quantidade de questões. São 180 ao todo, num estilo de prova diferente. É muito física, de resistência. É preciso saber lidar com o tempo, o cansaço e até com alimentação adequada no momento do teste. Exige estratégia para superar tudo isso.”

Para controlar a ansiedade
Técnica do espelho: Feche a porta e converse com você mesmo (a)

Converse com pessoas, desde que elas sejam positivas

Escreva num papel suas emoções

Mentalização: feche os olhos e mentalize o que você vai fazer

Técnica de respiração 4 X 4 X 4: inspire, segure o ar e exale (cada momento em 4 segundos, 4 vezes).

Fonte: Marcos Ragazzi/ Diretor pedagógico executivo do Bernoulli

Serviço

Enem 2021 – Provas de matemática e ciências da natureza

Domingo 28 de novembro

Abertura dos portões: 12h

Fechamento dos portões: 13h

Término das provas: 18h30