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"Servidores não são ouvidos", diz especialista do Todos Pela Educação sobre Inep

Confira a repercussão de órgãos que representam a educação em relação aos 27 exonerados do Inep, nesta segunda-feira (8/11)

Ana Luisa Araujo
postado em 08/11/2021 18:12 / atualizado em 08/11/2021 19:46
 (crédito: INEP/ Divulgação)
(crédito: INEP/ Divulgação)

Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação, afirma, por meio da sua rede social Twitter, que a avaliação educacional brasileira sempre foi um exemplo internacional, e que "esse governo está destruindo". "O que ocorre é que as demissões foram, na verdade, a gota d'água de algo que ocorre há muito tempo. Há muita mudança de diretores e queixas de funcionários em relação à forma como a gestão é conduzida", afirma o gestor de relações governamentais do Todos Pela Educação, Lucas Hoogerbrugge.

O especialista disse ao Correio que servidores de carreira, que estão há anos no órgão e em cargos de confiança, alegam não estarem sendo escutados. "Isso coloca em risco a credibilidade do Inep enquanto instituição", diz.

Para ele, isso também é um projeto de governo, anunciado desde o primeiro ano de mandato, que está sendo colocado em prática. Segundo Lucas, o antigo gestor Alexandre Ribeiro era menos alinhado com o Ministério da Educação e, em consequência, com Jair Bolsonaro. Dessa forma, o atual presidente Danilo Dupas, estaria em sintonia maior com os desejos de governança do executivo.

O gestor de relações governamentais lembra que o Inep é responsável por diversas ações importantes, não só o Enem. O Censo Escolar, produzido pelo órgão, é fonte para que políticas públicas sejam desenvolvidas, e dinheiro seja aplicado na educação dos estados. De acordo com ele, a credibilidade das pesquisas realizada pelo Inep também é colocada em cheque.

"O ministro da Educação e o Inep precisam dar uma resposta ao que está ocorrendo, mas esse não é um fato pontual. É um problema que acontece ao longo da gestão e, infelizmente, ainda que no Todos Pela Educação esperamos por uma melhora na situação, o passado nos deixa céticos em relação a qualquer tipo de melhora", declara.

Sobre o ocorrido afetar a realização doEnem ele afirma: "Ainda é cedo para dizer para dizer, porque as informaçoes são de assedio moral e fragilidade técnica de gestão na condução do Inep, mas não dizem exatamente se a prova vai ser boa ou não".

A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) diz, em nota, que recebeu com grande preocupação o pedido de exoneração por parte de 27 servidores do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

"É uma situação atemorizante que se soma a denúncias recentes tanto de má gestão quanto de assédio moral por parte da coordenação do órgão. A associação se solidariza com os servidores e repudia uma gestão que não se atenta para a importância histórica de tal autarquia, amparada na qualidade técnica e autonomia, com desmonte institucional que coloca em risco o futuro ingresso de novas gerações no ensino superior através do Enem", afirma.

Veja o posicionamento de entidades e parlamentares:

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