O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) se manifestou nesta sexta-feira (2/4) sobre as reclamações de inscritos que consideraram haver falhas na correção das redações. O Inep afirmou que não ocorreram problemas técnicos entre a disponibilidade das notas pelo consórcio Cesgranrio-FGV, contratado para operacionalização do Enem, e o Instituto.
Em nota, o Inep esclareceu ainda que a instabilidade apresentada no acesso aos resultados quando da abertura do sistema na Página do Participante, no dia 29 de março, não impacta no banco de notas, que foi previamente composto por rigoroso processo de segurança da informação.
“Amostras das reclamações em redes sociais e veículos de imprensa foram averiguadas e nenhum caso apresentou divergência”, informou o Inep.
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A partir do restabelecimento do sistema, ocorrido às 9h30 de 30 de março, candidatos questionaram a atribuição das notas das redações. O Inep afirmou que “O processo de correção das redações do Enem é acompanhado em todas as etapas e seguem rigorosamente os critérios estabelecidos pelo Instituto”.
O Inep divulgou que fez a confirmação das notas brutas extraídas do sistema de correção das provas e as notas apresentadas a todos os inscritos, por meio da Página do Participante. De acordo com as análises feitas, as notas apresentadas aos participantes estão de acordo com as notas finais calculadas após a atribuição de pontos de todos os corretores de redação.
Os textos dos participantes, transcritos na folha de redação da prova do Enem, podem passar por até quatro correções para o cálculo da média final.
Inep explica fases de correção de uma redação
No comunicado divulgado na tarde desta sexta, o instituto enumerou os processos pelos quais a prova passa para ser corrigida.
O procedimento de digitalização na Fundação Cesgranrio e na Fundação Getulio Vargas (FGV), que dividem a aplicação das provas, ocorre da seguinte forma:
1. Primeiramente, são obtidas as imagens do cartão-resposta e da folha de redação, de onde os códigos de barras são extraídos;
2. São validadas, em ambas as imagens, as inscrições e os seus códigos de barras;
3. É feita validação por ultrassom (sensor do scanner), para verificar se duas folhas passaram juntas;
4. É validado o dígito verificador do código de barras como um todo.
A partir desse processo, as imagens são centralizadas na Fundação Getúlio Vargas, onde são executadas as seguintes medidas:
1. Leitura automática e identificação do código de barras da imagem e sua comparação com a base de participantes ensalados e inscritos;
2. Registro da identificação da imagem original do participante;
3. Cópia da imagem original e tratamento de supressão das informações existentes na imagem, evitando, assim, que o participante seja identificado;
4. Melhoria na qualidade da imagem do texto, para facilitar a leitura pelo time de corretores;
5. Validação do conteúdo da área de texto da redação, para separar as imagens brancas com texto insuficiente das imagens válidas a serem corrigidas.
De acordo com o instituto, "Após a conclusão de todas essas verificações, é possível afirmar que não há nenhum problema no sistema do Inep que processa as notas enviadas pela FGV e divulga aos participantes, individualmente, suas notas. As notas de todos os participantes apresentadas pelo sistema de divulgação dos resultados do Enem 2020 são exatamente as mesmas geradas pelo consórcio”.
Inep lamenta adulterações de notas
O instituto constatou, a partir das checagens, que houve adulteração de notas da redação em postagens em redes sociais e entrevistas a veículos de imprensa. “O Instituto lamenta este fato e enfatiza sua preocupação com a lisura do processo e a segurança de todos os inscritos que buscam no Enem, de maneira responsável, uma forma de ingresso ao ensino superior”.
*Estagiário sob supervisão da editora Ana Sá