O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou que as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 estarão disponíveis após as 18h de segunda-feira (29/3). Os inscritos poderão consultar o resultado por meio da Página do Participante ou do aplicativo do certame.
Na data, serão divulgadas as notas das provas de ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e códigos, matemática e redação. As provas impressas foram aplicadas em 17 e 24 de janeiro, e as digitais, em 31 de janeiro e 7 de fevereiro deste ano. A reaplicação, além da aplicação para pessoas privadas de liberdade (PPL), ocorreu em 23 e 24 de fevereiro.
Para treineiros, ou seja, estudantes que prestaram o Enem mas que ainda não concluíram o ensino médio ou não estão no último ano do segmento, os resultados serão liberados após 60 dias, portanto, em 28 de maio. Nessa data também estará disponível a vista pedagógica da redação.
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Notas podem garantir ensino superior
Os resultados obtidos no exame poderão ser aplicados em programas de acesso ao ensino superior oferecidos pelo Ministério da Educação (MEC). O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) receberá inscrições de 6 a 9 de abril e o resultado da chamada regular será divulgado em 13 de abril. Por meio do programa, instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para os inscritos na última edição do Enem, que tiraram nota maior que zero na redação e não participaram do certame na condição de treineiro.
O candidato pode escolher até duas opções de cursos, além disso há sistema de cotas. Para os candidatos que não forem aprovados na primeira ou segunda opção de formação, haverá a possibilidade de manifestar interesse em participar da lista de espera de 13 a 19 de abril e o resultado sai a partir de 23 de abril.
O professor Madson Molina, 46, coordenador do Curso Anglo São Paulo, ressalta que, após ter acesso às notas, o aluno deve ficar atento ao Sisu. Ele compara o programa a um “leilão de vagas nas instituições”, onde o papel moeda são as cinco notas divulgadas. “Quando abrir a plataforma do Sisu é importante que o aluno esteja preparado”, ressalta.
Madson destaca que, a cada dia em que as inscrições estão abertas, há um remanejamento de vagas e notas, portanto, é importante saber os critérios das instituições que deseja, como notas de corte e notas mínimas. Além disso, ele considera que pode ser importante observar as notas de corte da edição anterior, mas se manter atento a possíveis mudanças e os impactos da Teoria de Resposta ao Item (TRI) nas notas.
O professor ressalta que o aluno deve manter a calma, porque “depois do segundo ou terceiro dia, as vagas vão ser ocupadas e vão se acomodar em função da população interessada”, assim, as mudanças tendem a ocorrer com menor frequência. “Também tem que ter pé no chão, se a notas TRI não são compatíveis com o histórico, o estudante não deve insistir muito, mas aproveitar esses dias para fazer uma degustação de probabilidades de colocação em outros cursos e em outras instituições”, recomenda.
Segundo Thiago Braga, que é professor e autor de língua portuguesa do Sistema de ensino pH, tendo as notas em mãos na segunda-feira (29), o aluno vai poder ter uma impressão de como foi. “As notas são relativas: a gente não tem um mil como máximo nem zero como mínimo no Enem, tirando a parte da redação. Então, o estudante vai ter uma impressão de como ele foi e vai começar a comparar ao olhar os gráficos que o Inep divulga e vai começar a perceber se ele foi bem e você não foi”, observa.
Quanto ao Sisu, o professor recomenda entrar diariamente na plataforma e testar as possibilidades.”Não deixar definitivamente para fazer no último dia. O estudante precisa colocar nota dele e verificar em que posição ele fica para o curso que ele quer na universidade que ele quer”, observa.
“Se a nota for baixa há algumas opções: verificar se ele tem interesse em fazer um curso diferente ou em uma universidade que tenha uma disputa menor; se existe também a possibilidade de ele esperar o Sisu do meio do ano. Mas se ele acha que a nota é baixa, verifica no comparativo que é baixa e nos dias de Sisu constata que não consegue ter acesso ao curso e a universidade que deseja, sem dúvida, é para começar a estudar para o Enem de 2021”, pondera Thiago.
Fies e Prouni ainda no radar
Outros dois programas de acesso a instituições de ensino superior são o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). No entanto, os editais das primeiras edições deste ano receberam inscrições somente até janeiro.
Procurado, o Ministério da Educação (MEC) respondeu, por meio de nota, que para 2021 estão previstas mais edições, referentes ao segundo semestre, tanto do Fies como do Prouni, em que será possível utilizar as notas do Enem 2020. “Os cronogramas dessas edições do Prouni e Fies serão oficializados por meio de editais e amplamente divulgados pelo MEC”, afirmou.
“Todos os estudantes que fizeram o Enem 2020, desde que não tenham obtido zero na prova de redação, nem tenham declarado participar do exame na condição de treineiro, poderão se inscrever nos próximos processos seletivos para ingresso na educação superior, que serão realizados pelo MEC a partir da homologação e divulgação das notas do Enem 2020”, ressaltou.
Universidades abrem editais próprios
Algumas universidades, como a Universidade de Brasília (UnB) adotam editais próprios para receberem alunos com uso da nota do exame. O Acesso Enem UnB está com inscrições abertas até 2 de abril. Na quinta-feira (26/3), devido à situação da pandemia, a instituição afiou o ingresso de inscritos no Programa de Avaliação Seriada (PAS) e anunciou que as vagas do 1° semestre de 2021 para calouros serão integralmente preenchidas com alunos que usaram nota do Enem.