Estudos

Ter uma rotina de estudos organizada ajuda a melhorar desempenho no Enem

Montar um cronograma de estudos com base em necessidades específicas ajuda a melhorar o desempenho no dia da prova

Caroline Cintra
postado em 10/01/2021 06:00 / atualizado em 10/01/2021 11:52
 (crédito: arquivo pessoal )
(crédito: arquivo pessoal )

Manter o foco é uma das maiores dificuldades na hora de estudar. Devido à pandemia do novo coronavírus, que resultou na suspensão de diversas atividades, entre elas as aulas presenciais, os estudantes precisaram se adaptar também a uma nova rotina, de aprendizagem a distância. Isso requer disciplina e muita organização, pois dentro de casa podem surgir distrações o tempo todo, e estar sempre conectado à internet pode atrapalhar na concentração.

Como o Enem contém conteúdos extensos, o ideal é que os candidatos estabeleçam uma programação diária para fixar bem as disciplinas. Esse cronograma deve ser individual, com base no tempo disponível e nas necessidades de cada um.

O professor de geografia do Sigma Robson Lucas explica que, no último ano, os estudantes tornaram-se responsáveis por gerenciar o próprio estudo, devido às aulas remotas. Sendo assim, quem soube lidar bem com o novo modelo de aprendizagem conseguiu obsorver o conteúdo. “Quem não soube lidar, ficou um pouco mais atrás. E esse desespero pode ser agravante no desempenho da prova”, diz o docente.

A criação de um cronograma pode ajudar, principalmente nesses momentos de ansiedade. Ele deve conter a rotina diária do estudante, com as pausas necessárias para alimentação, lazer e descanso. O professor explica que cada candidato deve fazer o seu planejamento de acordo com as dificuldades e facilidades, não existe regra. O fundamental é manter-se focado no plano de estudos e não sabotar nenhum dia, para evitar acúmulo de conteúdos ou deixar que algo importante não seja estudado.

A poucos dias da prova, o ritmo de estudo deve ser mais leve, mas manter uma rotina é importante. “Em vez de ficar horas estudando, deixe ao alcance alguma leitura que te leve a ter tempo com você mesmo. Passamos por um ano tão atípico, o importante é estar bem com você, cuidar do corpo e da mente. Se tem hábito de praticar esporte, faça. Ouça música, leia, assista a séries”, orienta o professor.

Para ele, essa semana que antecede a prova do Enem presencial é para deixar de lado todo o peso que a prova carrega. O ideal é separar tempo para praticar bons hábitos e cuidar da alimentação, que também fazem parte da preparação (leia mais na página 17).

Última hora


E quem deixou para estudar na última hora, consegue montar e seguir um cronograma? O professor Robson Lucas explica que esse não é mais momento de se preparar, mas, sim, lapidar o que foi estudado ao longo do ano. “Mesmo quem não estudou para o Enem, fez um ano letivo, principalmente a 3ª série do ensino médio. O que o aluno vai fazer agora é um grande módulo de revisão e resgate. Elencar conteúdos por meio das pesquisas relevantes e tentar resgatar o que viu no ano”, destaca.

Na última semana os candidatos devem priorizar leituras rápidas. “Deixar materiais de leitura fáceis no campo visual, e também leituras motivacionais. Nessa última semana, é tentar fazer mapas mentais, conteúdos de leitura rápida, produtiva. Quem estudou por meio de canais de professor, escola, cursinho, e produziu material a partir disso, é uma boa dica de leitura”, completa.

Foco


Moradora de Águas Claras, a estudante Eliza Alvares França, 21 anos, divide o tempo de estudo com o cursinho pela manhã e, à tarde, segue o cronograma criado por ela, com a resolução de exercícios de provas antigas e revisões. Ela estuda 10 horas diariamente e segue à risca a programação, de segunda a sexta-feira. “Acordo às 7h, paro para o almoço meio-dia e depois sigo os estudos. Tenho um intervalo de 20 minutos pela manhã e outro à tarde, para comer alguma coisa e me esticar um pouco. Eu me dei de presente os finais de semana, ninguém é de ferro”, comenta.

A rotina puxada é para realizar o sonho de cursar medicina na Universidade de Brasília (UnB) ou na Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs). Quando estava no ensino médio, tentou ingressar na federal por meio do Programa de Avaliação Seriada (PAS), mas as notas para o curso que deseja eram muito altas. Agora, as expectativas são boas para conseguir a vaga por meio do Enem.

Eliza estuda há três anos. Para ela, o ano passado foi o mais difícil, devido à pandemia. “Sempre estudei presencialmente e me identifico mais. Nesse tempo, tive assistência do cursinho nas aulas remotas, desde março. Foi difícil manter a atenção nas aulas, mas a gente faz o que dá. Ter um cronograma ajuda a se organizar melhor. Quando não tem, você nem sabe o que vai estudar no dia e se sente perdido”, completa.


Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação