O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 será um marco na luta pela acessibilidade e a inclusão no Brasil. Há 20 anos, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) implementou, pela primeira vez, medidas para atender pessoas com deficiência.
Desde então, o exame conta com recursos, como provas em braile e ampliada, auxílio para leitura e transcrição, além de oferecer, entre outros suportes, tradutor-intérprete em Língua Brasileira de Sinais (libras).
As ações fazem parte da Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep e se somam aos princípios do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado na última quinta-feira (3/12).
A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para dar visibilidade à luta contra estereótipos e preconceitos, além de reforçar a importância da inclusão e promover o combate ao capacitismo — discriminação e preconceito social contra pessoas com alguma deficiência.
O Enem, portanto, é um dos instrumentos da educação brasileira para a promoção desses valores, em conformidade também com o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n.º 13.146/2015).
No Enem 2020, serão disponibilizados leitor de tela para participantes com cegueira, surdocegueira, baixa visão ou visão monocular, além de três guias-intérpretes para atendimento ao participante surdocego. Autistas e surdocegos terão banca especial para correção das provas. O participante que escrever a redação em braile terá as provas corrigidas no Sistema Braile.
Implementação das videoprovas
Em 2017, participantes surdos e deficientes auditivos do exame passaram a contar com novos auxílios de acessibilidade, como a videoprova em libras. Desde então, a oferta dessa modalidade de prova é direcionada à comunidade surda que tem libras como primeira língua.
Em 2018, o Inep disponibilizou a Plataforma Videoprova em Libras, na qual a modalidade de prova pode ser acessada em interface similar à adotada na aplicação. Os vídeos ainda contêm os enunciados e as opções de respostas, que permitem aos surdos e deficientes auditivos estudar no mesmo formato acessível em que eles são aplicados. Dessa forma, os participantes podem se preparar melhor, assistir aos vídeos das questões e conferir o gabarito.
Além disso, os 52.598 inscritos no Enem 2020 solicitaram, em geral, algum tipo de atendimento especializado. Ao todo, 1.353 declararam ser surdos e 2.487 informaram possuir deficiência auditiva.