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Empreendedorismo

Desafio Liga Jovem: inscrições abertas para alunos do fundamental à gradução

Competição realizada pelo Sebrae e Instituto Ideias de Futuro premia estudantes pelo desenvolvimento de projetos tecnológicos para transformação social. Inscrições estão abertas até 7 de junho

O Sebrae e o Instituto Ideias de Futuro lançaram, na manhã desta segunda-feira (8/4), a etapa inicial do 2º Desafio Liga Jovem no Distrito Federal. A competição é a maior de empreendimento tecnológico em escolas do país e premia equipes pelo desenvolvimento de projetos que usem tecnologias digitais ou analógicas que transformem suas escolas e comunidades.

A novidade desta edição é que, além de alunos do ensino médio, estudantes de anos finais do ensino fundamental, ensino técnico profissionalizante e superior também podem participar, competindo em categorias distintas. As equipes precisam ser formadas por dois a cinco estudantes de uma mesma instituição de ensino e um educador orientador. A seleção possui políticas afirmativas para alunos de escolas públicas. A organização espera que 20 mil estudantes, de todos os níveis, se inscrevam neste ano.

Oswaldo Cruz, presidente do Instituto Ideias do Futuro, explica que o projeto visa a desmistificação da ideia de empreendedorismo. “O objetivo do programa é trabalhar o empreendedorismo enquanto jornada de conhecimento e aprendizado, entendendo que as habilidades e técnicas que o estudante aprende e treina quando precisa criar um projeto,vão ajudá-lo lá na frente, mesmo que ele não decida pelo empreendedorismo e escolha outra carreira, em qualquer área de atuação”, defende.

As inscrições para a liga, que são gratuitas, estão abertas até 7 de junho. Durante esse período, acontece, ainda, a fase de engajamento do programa, em que os grupos que se destacam na campanha de divulgação do Desafio nas redes sociais ganham prêmios. O Distrito Federal é a entidade federativa com mais inscritos no país, até aqui.

Para participar, é preciso que um dos alunos integrantes da equipe preencha um formulário no site do projeto, onde também é possível acessar o regulamento da competição.

Histórico

Na primeira edição da competição, os mais de 5 mil estudantes inscritos apresentaram um panorama dos temas mais impactantes em seu cotidiano. Educação, meio ambiente, acesso a serviços, saúde mental e saúde geral foram os cinco problemas sociais mais apontados nos projetos desenvolvidos em 2023.

As soluções ganhadoras variaram de um aplicativo gamificado para desenvolvimento da comunicação de autistas não-verbais até um protótipo de curativo biodegradável, passando por um kit de saúde menstrual e uma plataforma para divulgação das obras de artistas refugiados.

Os vencedores do desafio, além dos prêmios, ganharam uma viagem para visitar um centro tecnológico em Madri, na Espanha. Mas mesmo para aqueles que não levaram o prêmio principal, a competição abriu portas.

O professor de física da Escola Edusesc de Taguatinga, William Caetano, foi orientador da equipe brasiliense que ganhou as etapas estadual e regional e chegou à semi-final da última edição, com o projeto Semáforo do Corpo. Os estudantes desenvolveram um dispositivo eletrônico que pode ser usado como brinquedo para ajudar crianças a entenderem e denunciarem abusos sexuais.

Priscila Crispi/CB/D.A. Press - Professor William Caetano, da Escola Edusesc de Taguatinga, apresenta projeto Semáforo do Corpo, semi-finalista da última edição do Desafio Liga Jovem

Uma placa de madeira com um desenho de um menino e uma menina traz botões posicionados em diferentes partes do corpo dos bonecos, que, se pressionados, acendem: uma luz vermelha — para áreas que não devem ser tocadas; uma luz amarela — para toques que merecem atenção; e uma luz verde — para carinhos saudáveis.

“Além disso, desenvolvemos um material pedagógico, com livro, site e todas as informações necessárias para ajudar os professores a levarem esse conhecimento para as crianças, e tudo de forma gratuita”, explica o educador, pontuando que todos os participantes da equipe finalista estão, hoje, no ensino superior, mas o projeto segue vivo, com os novos alunos do ensino médio da escola.

William conta que os contatos que a equipe estabeleceu durante a liga resultaram em convites para participar de eventos como a Campus Party Brasil e até uma feira de inovação na África do Sul. Hoje, o Semáforo do Corpo é utilizado pelo Conselho Tutelar de Taguatinga e diferentes escolas públicas do DF.

Etapas

Ao fim das inscrições, a competição começa, de fato, com uma série de lives formativas com conteúdos sobre empreendedorismo e desenvolvimento de tecnologias sociais, que pretendem ajudar os participantes a criarem uma ideia original ou aprimorarem projetos em andamento. Cada equipe pode inscrever apenas um único projeto.

Depois, em um prazo de onze dias, as equipes precisam gravar e enviar um vídeo de dois minutos explicando o protótipo do projeto, que não precisa estar concluído. O vídeo será utilizado na primeira fase da seleção e seu envio garante aos estudantes um certificado de capacitação.

Avançando para as fases estadual, regional e nacional, os finalistas concorrem a prêmios. Na etapa estadual, cada integrante da equipe ganhadora recebe um vale-compras de R$ 500,00. Na etapa regional, os vencedores ganham uma viagem para participar presencialmente da etapa final, além de um celular de última geração para cada participante e para o orientador. As rodadas de seleção das fases estadual e regional acontecem de forma remota.

A etapa nacional contará com a participação de 20 equipes e acontecerá em uma das capitais tecnológicas do Brasil, com toda a viagem paga pelo Sebrae. As cinco equipes de cada categoria irão apresentar suas ideias para uma banca de jurados, de forma presencial.

As equipes vencedoras de cada categoria serão premiadas com uma viagem de até 10 dias para um centro tecnológico no exterior, além de um notebook para cada um dos participantes e para o professor orientador. No segundo lugar, cada participante da equipe e seu professor orientador receberão um smartwatch. No terceiro lugar, cada participante da equipe e seu professor orientador receberão um tablet.

Os projetos serão avaliados por especialistas com base em cinco critérios: entendimento do público-alvo, criatividade e inovação, impacto no dia a dia da comunidade, sustentabilidade financeira e protótipo. Alunos de escola pública recebem um ajuste extra de 15% nas notas, nas etapas finais, para estimular sua participação. Além disso, na primeira rodada de seleções, entre os seis grupos finalistas, quatro precisam ser de estudantes da rede pública de ensino.