SÃO PAULO - Mais de 9 mil pessoas, entre profissionais da indústria de tecnologia, clientes e colaboradores, marcaram presença no primeiro dia da conferência AWS Summit São Paulo, promovido pela Amazon Web Services.  Ao longo de 60 sessões, os participantes puderam aprender a inovar com a nuvem e a como aplicar a tecnologia em suas startups. O primeiro dia do evento foi também marcado pelo anúncio da AWS de doação de US$ 1,2 milhão para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para pesquisas científicas.

O diretor geral para setor corporativo da AWS no Brasil, Cleber Morais, destacou que o principal objetivo do summit é a capacitação para o mercado. “Aliada à capacitação, o summit proporciona uma rede de conexão para pessoas que estão começando agora com grandes empresas que já utilizam nossos serviços”, disse.

Com o rápido avanço tecnológico, conta Cleber, as empresas precisam ser mais ágeis para entregar aos clientes resultados eficientes. A computação em nuvem permite que as corporações possam operar com maior rapidez, de forma inovadora, sem precisar arcar com grandes custos para manter um banco de dados próprio. “Nós vemos o Brasil como um celeiro. Existem empresas que há cinco anos eram ideias e hoje são grandes negócios”, conta.

Capacitação profissional

De acordo com o Estudo de Habilidades Digitais Globais da AWS, a capacidade de usar ferramentas baseadas em nuvem será a mais exigida pelos empregadores até 2025, mas a maioria dos trabalhadores de hoje não está concentrando treinamento adequado para o desenvolvimento de suas habilidades em nuvem.

Por isso, a Meta, proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou nesta quarta-feira (3) uma iniciativa que irá capacitar 50 mil brasileiros em tecnologias voltadas às áreas de nuvem, marketing digital e tecnologias para o metaverso, até 2023, com a Amazon Web Services (AWS).

Voltado a jovens e anos e adultos, o programa tem como foco egressos de escolas públicas e priorizará a capacitação de mulheres, negros e comunidade LGBTQIA+.

As inscrições terão início em agosto e os interessados deverão se inscrever pelo site. O programa é divido em duas fases. Na primeira, 25 mil pessoas serão capacitadas em um curso gratuito de fundamentos da nuvem AWS. Outros 25 mil terão acesso a cursos básicos gratuitos de realidade aumentada (Spark AR) e marketing digital na plataforma Blueprint da Meta.

Na segunda fase, 2 mil estudantes que tenham feito o treinamento inicial e demonstrem interesse em trabalhar com essas tecnologias serão formados em introdução à programação em um curso on-line e presencial voltado a habilidades técnicas, como introdução à programação em Javascript, introdução a web services, Node JS e bancos de dados. Para participar desta fase, os candidatos deverão ter o ensino médio completo em escola pública.

De acordo com Carol Ferracini, head de programas em políticas públicas da Meta para o Brasil, é importante oferecer treinamento para jovens sobre tecnologia, uma vez que há falta de conhecimento nessa área. “Com o grande avanço dessa profissão que está surgindo, queremos estimular o acesso de jovens e pessoas em vulnerabilidade social à capacitações sobre tecnologia. Olhando para o futuro, vislumbramos muitas oportunidades com o desenvolvimento do metaverso e queremos contribuir para a preparação desses profissionais desde já”, ressalta.

Os estudantes que não possuírem computador em casa poderão se dirigir até um laboratório de uma unidade física da escola profissional Proz Educação ou organizações parceiras — a escola possui unidades em São Paulo, Minas Gerais, Curitiba, Goiânia, Recife, Maceió e Manaus. Com o certificado, os estudantes serão conectados a oportunidades de emprego em empresas parceiras da AWS e da Meta que tenham vagas em nuvem, tecnologias para o metaverso e marketing digital.

Incentivo à pesquisa

Além de capacitação para o mercado de trabalho, a AWS fechou parceria, nesta terça, com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para doar US$ 1,2 milhão em créditos para o uso da nuvem no apoio de até 23 pesquisas científicas, durante dois anos.

A chamada pública ocorrerá até o final de agosto, pelo site do CNPq e qualquer pesquisador ou centro de pesquisa do Brasil poderá solicitar créditos. O valor destinado a cada projeto poderá variar de US$ 15 mil a US$ 100 mil. As propostas serão analisadas por uma comissão do CNPq com participação da AWS. Os projetos devem estar incluídos em uma das linhas de pesquisa em tecnologia consideradas prioritárias, que vão desde o setor espacial, passando por segurança pública, biotecnologia e cidades inteligentes, até prevenção e recuperação de desastres naturais e ambientais.

O presidente do CNPq, Eraldo Ferreira, marcou presença no evento e reforçou a importância da pesquisa para o país. “Todos os pesquisadores que quiserem poderão se inscrever, mas priorizaremos as pesquisas que conectem o conhecimento com a realidade do Brasil”, afirmou.

Em 2019, a AWS firmou acordo inédito com o CNPq para incentivar a pesquisa. O diretor-geral para o setor público da AWS no Brasil, Paulo Cunha, lembrou que existem diversos pesquisadores que não possuem recursos para financiar seus projetos e que, por isso, é essencial que existam incentivos. Cunha defendeu, ainda, que a tecnologia de computação em nuvem é especialmente importante para a ciência. “Foi a união de pesquisadores em torno do uso da nuvem, por exemplo, que possibilitou o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19 em tempo recorde”, salientou.

O evento se encerra nesta quinta-feira (4), e os participantes poderão acompanhar as sessões paralelas no centro de convenções Transamerica Expo Center, em São Paulo, até as 16h.

*Estagiário sob a supervisão de Jáder Rezende

*Estagiário viajou a covite da AWS Summit