É preciso estarmos muito atentos às notícias que circulam nas redes sociais sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O alerta é do professor de História do Colégio Marista Asa Sul, Eustáquio Vidigal. Desde o começo da guerra, várias imagens de outros conflitos circularam como sendo atuais e até mesmo o vídeo de um jogo eletrônico foi divulgado como se fosse uma investida russa. “Uma espécie de guerra paralela de narrativas para a qual devemos estar preparados”, diz.
Assim como ocorre na guerra Rússia-Ucrânia, o professor observa que, em momentos de grandes disputas e comoção, algumas pessoas se aproveitam do grande alcance das redes sociais para disseminar conteúdos muitas vezes falsos. “Antes de mais nada é preciso ter maturidade e senso crítico para não entrar na manipulação, repassando informações incorretas para outras pessoas”, ressalta.
O professor orienta os alunos a buscar a informação em fontes que possuam credibilidade e assim evitar que a desinformação se propague de forma exponencial nas redes sociais. “Hoje em dia a gente vê as pessoas confiando mais no influenciador digital do que em professores e especialistas no assunto”, avalia.
Se por um lado o ambiente digital pode ser o vilão para disseminar notícias falsas, por outro, pode ser o herói e desviar a desinformação. Diversas plataformas criadas nos últimos anos funcionam como antídotos para as fake news.
Vidigal ressalta ainda o quanto uma imagem pode influenciar o desfecho de uma guerra. Ele lembra da fotografia da garota vietnamita correndo nua pela rua, com o terror estampado no rosto, após ser atingida por uma bomba química. A imagem é de 1972 e na época mobilizou a opinião pública do mundo inteiro contra a guerra.
Algumas dicas para não cair em fake news:
Desconfie de tudo que você recebe e que seja espetacular. No geral, as fake news abordam o assunto de forma sensacionalista para atrair a atenção.
Cheque se a informação está em sites de notícias nacionais e internacionais. A imprensa tem, por dever, checar as informações antes de publicá-las.
Questione as informações com a fonte que te enviou a notícia. Temos que agir como pesquisadores e não apenas consumidores de notícias.
Use agências de checagem de notícias. Nas chamadas fact checking (exemplo: Lupa, Aos fatos, Fato ou Fake, Comprova e FactCheck) é possível averiguar a veracidade tanto do texto quanto das imagens.
Influenciador: busque informações com pessoas estudiosas no assunto e não com aquelas que são conhecidas pelo número de seguidores nas redes sociais.