A Google.org, em conjunto com a EducaMídia, lançou há dois anos um projeto para difundir a educação sobre a mídia no Brasil. Em coletiva de imprensa, na manhã desta quarta-feira, a empresa renovou a parceria investindo R$ 5 milhões no programa.
O diretor do Google News Lab no Brasil Marco Túlio Pires explicou que, apesar de a internet promover uma facilidade enorme na divulgação de notícias, ela também pode ser usada, e está sendo, como forma de distribuição de informações enganosas.
“O debate da pós-verdade afeta diretamente a missão do google que é universalizar a informação”, afirmou o diretor da companhia. Segundo ele, é muito difícil determinar se uma pessoa está propagando uma informação errada de má fé, porque há vários níveis de disseminação fake news: desde aquela que é plantada de forma jocosa para promover algum tipo de brincadeira até aquela que é organizada por instituições, as quais arquitetam planos enormes para divulgar informações falsas.
De acordo com Marcos Túlio, a desinformação se manifesta de formas diferentes, portanto não é possível enfrentá-la da mesma forma em todos os produtos da Google. Há uma preocupação em reforçar a qualidade da notícia distribuída, para que seja garantida a utilidade daquela informação pelos próprios usuários.
Pensando nisso, a Google.org firmou parceria com o Instituto Palavra Aberta, por meio do projeto EducaMídia.
Para a presidente do instituto Patrícia Blanco, o projeto é fundamental, uma vez que tem a finalidade de levar educação midiática para todo o Brasil. Segundo ela, a empreitada também serve para “defender a liberdade de imprensa”, visto que a educação é o caminho que leva até isso.
De acordo com a representante, um site foi criado para disponibilizar materiais gratuitos para educandos e educadores. Um dos livros foi baixado mais de 5.000 vezes. Conforme sua fala, ela conta que o curso a distância, disponibilizado pela instituição, tem participantes de mais de 550 cidades brasileiras.
Apesar de ter um impacto atual, é necessário, segundo Patrícia Blanco, que planos a longo prazo sejam pensados. “Um currículo completo de educação leva de seis a sete anos para ser implantado, portanto é preciso planejar um projeto que leve tempo”. Segundo ela, somente assim será obtido, com sucesso, a transformação educacional midiática.
O objetivo, para a presidente do Instituto Palavra Aberta, é impactar cada vez mais pessoas.