
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e o Instituto Mauricio de Sousa lançaram, ontem, uma campanha contra o preconceito por idade. A iniciativa pretende sensibilizar crianças, adolescentes e educadores sobre o processo de envelhecimento e a importância da valorização da pessoa idosa.
Em formato de gibi, a revista foi lançada nas versões impressa e digital, em português e espanhol, com o objetivo de ampliar o alcance da mensagem. “É um marco na construção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa com as pessoas idosas. Precisamos fortalecer o diálogo entre gerações para combater preconceitos e valorizar aqueles que vieram antes de nós”, afirmou a ministra Macaé Evaristo, no evento de lançamento da revista em quadrinhos, na Escola Classe 503, no Itapoã (DF).
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Segundo a ministra, para a superação do preconceito etário o melhor caminho é sensibilizar as crianças desde cedo sobre o respeito aos mais velhos. “Muitas dessas crianças convivem, diariamente, com seus avós, que muitas vezes são seus cuidadores. O preconceito é algo aprendido ao longo da vida. Então, nosso papel é fortalecer, desde cedo, esse respeito e carinho que elas já demonstram naturalmente”, ressaltou.
Valorização
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, ressaltou que a iniciativa faz parte de um conjunto de ações do governo voltadas para a valorização e proteção da pessoa idosa. “Temos diversos programas, como o ‘Envelhecimento nos Territórios’, que busca alcançar 70 municípios neste primeiro semestre, além do ‘Viva Mais Cidadania’, voltado para grupos específicos. Também trabalhamos no enfrentamento à violência financeira e patrimonial contra idosos e na assistência para aqueles em situação de vulnerabilidade”, observou.
Alexandre salientou que estima-se que o Brasil tenha mais de 35 milhões de idosos, e a tendência é de que esse número aumente nas próximas décadas. “Em alguns municípios, uma em cada três pessoas é idosa. Isso exige um olhar atento e políticas públicas que garantam um envelhecimento digno para todos”, salientou.
Larissa Musolino, representante do Instituto Mauricio de Sousa, destacou o papel dos gibis na formação social das crianças e na aproximação entre as gerações: “Os personagens do Mauricio estão há mais de 60 anos falando com cinco gerações. Quando um gibi chega a uma casa, ele promove o diálogo dentro da família. Muitas crianças ainda não são alfabetizadas e precisam da intermediação dos pais e avós para a leitura, o que reforça esse convívio”, explicou.
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A professora Andrêssa Generoso reforçou a importância de projetos como esse no ambiente escolar: “As crianças são como esponjas: absorvem tudo o que aprendem. Elas podem ser as principais divulgadoras dessa campanha, ajudando a construir um futuro com mais respeito e menos preconceito contra os idosos”, disse.
Para a diretora da Escola Classe 503, Paula Augusto, a participação dos idosos na sociedade é fundamental. “Muitas vezes, são eles que criam os netos enquanto os pais trabalham. A gente percebe que projetos como esse trazem um impacto positivo no comportamento dos alunos, que se tornam mais amorosos e cuidadosos com os idosos”, observou. O gibi narra a jornada de Xabéu, irmã mais velha de Xaveco, e sua avó, Dona Xepa.
A trama destaca os desafios das relações intergeracionais, abordando as diferenças de visão entre jovens e idosos, e como os estereótipos sobre a velhice podem gerar discriminação e exclusão social. Além da versão impressa, o quadrinho estará disponível digitalmente para que mais pessoas possam ter acesso ao conteúdo. O material poderá ser utilizado por escolas e famílias como ferramenta educativa para estimular a reflexão e o respeito aos idosos.
Como denunciar
Canal de denúncia Para denúncias de maus-tratos contra idosos, o governo federal disponibiliza o Disque 100, um canal de atendimento gratuito e sigiloso, que funciona 24 horas por dia. De acordo com o IBGE, o Brasil terá, em 2070, 75,3 milhões de idosos, o que corresponderá a 37,8% da população. Em 2022, as pessoas com 60 anos ou mais eram 32,1 milhões — 15,8% da população do país. O índice de envelhecimento, três anos atrás, era de 55,2 — significa que havia 55,2 idosos para cada 100 crianças de zero a 14 anos.
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