Projetos inovadores

Jovens do DF levam projeto inovador para torneio de robótica

Equipe Compass disputa etapa regional da First Lego League com biorreator ecológico que promete decompor plásticos nos oceanos. Evento reúne mais de 200 estudantes no Sesi de Taguatinga

Fabio Nakashima*
postado em 06/12/2024 11:19
Formada por jovens de 9 a 15 anos do DF, a Compass apresentará um biorreator inovador que utiliza fungos e algas para decompor plásticos diretamente nos oceanos. -  (crédito: Divulgação/Compass)
Formada por jovens de 9 a 15 anos do DF, a Compass apresentará um biorreator inovador que utiliza fungos e algas para decompor plásticos diretamente nos oceanos. - (crédito: Divulgação/Compass)

A Compass, equipe de garagem do Distrito Federal (DF), participa, nesta sexta-feira (6/12) e sábado(7/12), do torneio regional da First Lego League (FLL), no SESI Taguatinga. Composta por jovens de 9 a 15 anos, a equipe levará um projeto inovador relacionado ao tema da temporada, Submerged, focado na preservação dos oceanos.

Pedro Rocha Araújo e Castro,13 anos, um dos integrantes da equipe, afirmou que a equipe nasceu da vontade de continuar a prática da robótica mesmo após o encerramento de antigas equipes escolares. "A Compass surgiu de outras equipes que existiram na escola. Até que essas equipes acabaram, mas os alunos ainda queriam ter aulas de robótica. E aí, surgiu a Compass. A temporada passada foi a primeira competição da equipe, onde tinham quatro integrantes. Apenas um deles continuou na equipe, e os outros dois integrantes da equipe atual são novos na parte de robótica", conta. 

Para este ano, a equipe desenvolveu o EcoTide, um biorreator que utiliza fungos e algas para decompor plásticos diretamente no oceano. "Nosso projeto é inovador porque não existe uma solução que é capaz de coletar o plástico nos oceanos e decompô-los ou destruí-los dentro dos próprios oceanos. Fizemos pesquisas a respeito desse assunto da coleta do plástico marinho e encontramos outras soluções mas que não seriam capazes de destruir o plástico dos oceanos diretamente no mar, porque eles apenas o coletam e levam pra superfície. Já o nosso teria capacidade de decompor o plástico sem gerar resíduos, utilizando um meio ecológico, com fungos aspergillus terreus”, explica Pedro. 

Antes de chegar ao projeto atual, a equipe considerou outras possibilidades, como conta, Arthur Henrique Gonçalves de Lima, 9, o integrante mais novo. "Nosso projeto de inovação era a falta de luz nas profundezas oceânicas. Nosso primeiro objetivo seria descobrir como criar luz. A gente estava pensando em usar enguias elétricas para gerar eletricidade para assim iluminar o fundo dos oceanos. Mas descobrimos que as enguias não eram encontradas em lugares fáceis. Aí tivemos uma nova ideia de usar a bioluminescência para iluminar os oceanos, porém, descobrimos que a luz seria muito fraca. Nossa ideia final foi fazer um biorreator que sugasse o plástico. Ele teria um filtro para detectar tudo que não era plástico e uma hélice para fatiar o plástico. Assim que o plástico fosse fatiado pela hélice, os pedacinhos iam até os fungos, e eles iriam decompor o plástico. Desse jeito, nós resolvemos nosso projeto", relata.

Paola Viana Freire de Oliveira, 13, que faz parte da equipe, expôs os desafios enfrentados pelo time durante a preparação para o torneio. "Nós tivemos vários problemas durante o processo do projeto. Desde a mudança do projeto até o tempo, que era escasso porque nos encontramos pouco durante a semana e os turnos dos integrantes, também, eram diferentes", afirma. 

A importância do impacto ambiental do projeto foi destacado pelo membro, Igor Sfair Antunes,  11. "É interessante pois, além de ajudar os seres marinhos tirando o plástico do oceano, também ajuda outras profissões, outras pessoas. Nós até pedimos opiniões para especialistas, como oceanógrafos e biólogos marinhos. Eles acharam que essa ideia é muito boa e que realmente poderia funcionar", 

Criada em 1989, a FLL tem como objetivo inspirar o interesse em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), além de promover habilidades como resolução de problemas, criatividade e trabalho em equipe. No Brasil, a competição é organizada pelo SESI desde 2012. 

O evento é aberto ao público e as melhores equipes avançam para torneio nacional, com possibilidade de chegar à etapa internacional. O técnico responsável pela equipe, Gabriel Antunes Álvares, compartilhou o entusiasmo e a apreensão para a competição. " É o nosso segundo torneio, sabemos que a competição vai ter um nível bem alto, mas estamos muitos ansiosos e esperamos conseguir alguma premiação e a classificação para o torneio nacional", finaliza. 

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*Estagiário sob supervisão de Ana Sá

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