A Compass, equipe de garagem do Distrito Federal (DF), participa, nesta sexta-feira (6/12) e sábado(7/12), do torneio regional da First Lego League (FLL), no SESI Taguatinga. Composta por jovens de 9 a 15 anos, a equipe levará um projeto inovador relacionado ao tema da temporada, Submerged, focado na preservação dos oceanos.
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Pedro Rocha Araújo e Castro,13 anos, um dos integrantes da equipe, afirmou que a equipe nasceu da vontade de continuar a prática da robótica mesmo após o encerramento de antigas equipes escolares. "A Compass surgiu de outras equipes que existiram na escola. Até que essas equipes acabaram, mas os alunos ainda queriam ter aulas de robótica. E aí, surgiu a Compass. A temporada passada foi a primeira competição da equipe, onde tinham quatro integrantes. Apenas um deles continuou na equipe, e os outros dois integrantes da equipe atual são novos na parte de robótica", conta.
Para este ano, a equipe desenvolveu o EcoTide, um biorreator que utiliza fungos e algas para decompor plásticos diretamente no oceano. "Nosso projeto é inovador porque não existe uma solução que é capaz de coletar o plástico nos oceanos e decompô-los ou destruí-los dentro dos próprios oceanos. Fizemos pesquisas a respeito desse assunto da coleta do plástico marinho e encontramos outras soluções mas que não seriam capazes de destruir o plástico dos oceanos diretamente no mar, porque eles apenas o coletam e levam pra superfície. Já o nosso teria capacidade de decompor o plástico sem gerar resíduos, utilizando um meio ecológico, com fungos aspergillus terreus”, explica Pedro.
Antes de chegar ao projeto atual, a equipe considerou outras possibilidades, como conta, Arthur Henrique Gonçalves de Lima, 9, o integrante mais novo. "Nosso projeto de inovação era a falta de luz nas profundezas oceânicas. Nosso primeiro objetivo seria descobrir como criar luz. A gente estava pensando em usar enguias elétricas para gerar eletricidade para assim iluminar o fundo dos oceanos. Mas descobrimos que as enguias não eram encontradas em lugares fáceis. Aí tivemos uma nova ideia de usar a bioluminescência para iluminar os oceanos, porém, descobrimos que a luz seria muito fraca. Nossa ideia final foi fazer um biorreator que sugasse o plástico. Ele teria um filtro para detectar tudo que não era plástico e uma hélice para fatiar o plástico. Assim que o plástico fosse fatiado pela hélice, os pedacinhos iam até os fungos, e eles iriam decompor o plástico. Desse jeito, nós resolvemos nosso projeto", relata.
Paola Viana Freire de Oliveira, 13, que faz parte da equipe, expôs os desafios enfrentados pelo time durante a preparação para o torneio. "Nós tivemos vários problemas durante o processo do projeto. Desde a mudança do projeto até o tempo, que era escasso porque nos encontramos pouco durante a semana e os turnos dos integrantes, também, eram diferentes", afirma.
A importância do impacto ambiental do projeto foi destacado pelo membro, Igor Sfair Antunes, 11. "É interessante pois, além de ajudar os seres marinhos tirando o plástico do oceano, também ajuda outras profissões, outras pessoas. Nós até pedimos opiniões para especialistas, como oceanógrafos e biólogos marinhos. Eles acharam que essa ideia é muito boa e que realmente poderia funcionar",
Criada em 1989, a FLL tem como objetivo inspirar o interesse em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), além de promover habilidades como resolução de problemas, criatividade e trabalho em equipe. No Brasil, a competição é organizada pelo SESI desde 2012.
O evento é aberto ao público e as melhores equipes avançam para torneio nacional, com possibilidade de chegar à etapa internacional. O técnico responsável pela equipe, Gabriel Antunes Álvares, compartilhou o entusiasmo e a apreensão para a competição. " É o nosso segundo torneio, sabemos que a competição vai ter um nível bem alto, mas estamos muitos ansiosos e esperamos conseguir alguma premiação e a classificação para o torneio nacional", finaliza.
*Estagiário sob supervisão de Ana Sá
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