O Centro de Ensino Médio Integrado (CEMI) Cruzeiro está completando 60 anos em 2024, uma trajetória marcada pelo pertencimento e formação de alunos para o mercado de trabalho. O aniversário da escola foi em janeiro, mas a comemoração está marcada para esta quarta-feira (13/11), com um baile tema Anos 60.
Para o professor de química Marco Antônio de Oliveira, comemorar essa data é uma forma de valorizar a educação. “No Brasil, há muitos jovens fora da escola e pessoas da terceira idade sem estudo, então precisamos de escolas, porque quem detém o conhecimento detém o poder, e se a nossa população não tem educação, ficamos deficientes”, expõe.
A professora de biologia e matemática Ana Maria Faquineli também destaca que a celebração resgata a memória do que a escola construiu ao longo dos anos, passando por grandes transformações. “Todo mundo que passou por aqui teve uma história, e quem passar também terá. Então, romper o silêncio e o esquecimento é muito importante para valorizá-la (escola)”, afirma.
Ensino integrado
No CEMI Cruzeiro, os estudantes cursam o ensino médio ao mesmo tempo em que recebem formação para informática, com foco em internet, combinando a educação básica e o ensino profissionalizante. “Ter um currículo de TI (tecnologia da informação) facilita muito a sua vida no mercado de trabalho”, diz Ayslon Kauê Moraes, 18 anos. Julie Guerra, 17, concorda: “Essa é uma área que está crescendo, e a tendência é gerar mais empregos”.
As aulas ocorrem em período integral, de manhã e à tarde, quando os alunos têm oportunidade de desenvolver projetos variados, envolvendo reciclagem, cultivo de plantas medicinais e cuidados com o meio ambiente, por exemplo. Julie é uma das que atua com reciclagem, percebendo que o consumo e o descarte de papel, principalmente, em época de provas, era muito grande.
“A gente reutiliza o papel para fazer coisas que são úteis para a escola, como usar papel machê para fazer vasos de plantas. Agora, estamos inventando uma forma de fazer telhas para colocar em cima da cascata”, conta. Ela considera essa formação muito importante, pois desenvolve habilidades profissionais, como liderança e trabalho em equipe.
O professor Marco Antônio destaca o engajamento dos alunos nas atividades, procurando vivenciar na prática os conhecimentos aprendidos em sala de aula. “É muito difícil pegar um jovem cheio de energia e tentar focar em uma formação continuada, mas eles têm me apoiado e isso tem dado resultado. As ideias partem dos estudantes, que criam e inovam”, compartilha.
De geração em geração
Os 60 anos do colégio passaram por gerações de alunos, como conta a estudante Victoria Borges, 18 anos, que está na mesma instituição em que sua avó cursou o ensino médio: “Para mim, não é só mais uma escola, mas é uma coisa de família”, diz. Ayslon Kauê complementa: “Alguns professores, como o Marco Antônio, deram aula para os meus pais”.
A professora Ana Maria destaca que a escola se consolidou como representativa da comunidade do Cruzeiro. “Nossa comunidade é pequena, então muitos moradores que estudaram aqui, hoje, trazem os filhos e netos. Temos essa história que é passada de geração em geração”, relata, orgulhosa.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá