Ao retratar memes como um material de estudo para identificar as fake news, a professora de português Gilda das Graças e Silva ganhou notoriedade ao ter seu projeto como questão do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Neste domingo (3/11), o enunciado relembrou a iniciativa realizada em 2017, no CEF 412 de Samambaia, com o intuito de combater a desinformação nos memes e aprimorar a leitura e análise crítica nos alunos ao partilhar um meme.
Para Gilda, mestre em Letras, o programa foi essencial para os estudantes intensificarem a tradução e compreensão correta de textos multissemióticos e se acostumarem com o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC). “Apresentar um gênero discursivo que faz parte do cotidiano dos estudantes, que o curtem ou compartilham-no, sem analisar os efeitos deles no modo como representamos o mundo, é essencial, uma vez que nosso papel é aprimorar os conhecimentos dos estudantes”, afirmou a docente.
Não enxergar a tecnologia como um problema é um dos atributos que Silva explorou. De acordo com Gilda, usar os recursos que a nova era nos fornece de forma coerente e consciente é importante e requer conhecimento. Ela ressaltou que a TIC é necessária para auxiliar os alunos na otimização de informações, conhecimentos e de se comunicar, mas eles precisam perceber isso.
Fake news via memes
A prática da desinformação está por trás de alguns memes, de acordo com a professora de português. Ela argumenta que estes posts da internet trazem uma multiplicidade de sentidos e linguagens. “É capaz de apresentar diversos discursos e, quando não temos um olhar apurado, podemos não perceber o que está implícito no texto além de compartilhar informações incoerentes ou falsas”, afirmou.
Para combater as desinformações enrustidas, Gilda Silva, em sala de aula, expôs um mural com memes que propagam fake news, com o propósito de desenvolver um teor crítico e analista nos estudantes do ensino fundamental para que, assim, eles possam identificar posts que fornecem informações enganosas. A iniciativa também foi implementada em salas do Ensino Médio e do EJA.
Os alunos adoraram a experiência e ficaram surpresos ao perceber que o gênero textual dos memes precisavam ser avaliados com atenção. “A pesquisa gerou na escola um burburinho e trabalhei em outras turmas bem como apresentei a proposta para os professores. Foi uma escola que se envolveu bastante com minha pesquisa”.
Iniciativa se espalhando
Gilda não deixou o projeto no passado: continua desenvolvendo atividades deste tipo com seus alunos e pretende difundir esta iniciativa. “Tenho o propósito de divulgar e possibilitar a professores de Língua Portuguesa e áreas afins que desenvolvam também essa proposta, que pode ser adaptada, com seus alunos”, explicou.
“Hoje, tem a lei voltada para o uso do celular na sala de aula, então, minha iniciativa tem o intuito de mostrar que o docente precisa ensinar o aluno a usar esta ferramenta, precisa ensinar o outro para ter um olhar diferente no que está fazendo”, diz.
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