Matheus Rodrigues Belmoque, 17 anos, aluno do Serviço Social da Indústria (Sesi) de Campo Grande, Cariacica, no Espírito Santo, desenvolveu o aplicativo PP_E, que busca organizar as tarefas escolares de alunos do ensino médio e minimizar processos burocráticos, como, por exemplo, simplificar a solicitação de documentos, como a declaração de escolaridade.
A tecnologia é no formato copilot, ferramenta baseada em inteligência artificial da Microsoft, personalizado para o padrão da escola, de forma que o estudante faça a gestão das atividades escolares, tendo acesso a regras, conteúdos para provas, entre outros. Para isso, o estudante contou com o apoio do professor de matemática Bruno Siqueira, 27, que foi o orientador do projeto.
Além disso, o aplicativo se mostra como um auxílio diante da implementação do novo ensino médio. "Com essas mudanças, os alunos têm muitas atividades disponíveis, e eles podem se sentir mais sufocados e sem saber o que fazer. Então, esse aplicativo ajuda a organizar a rotina, facilitando e aumentando a produtividade", acrescenta.
Lançamento
Depois da construção da plataforma, tanto Matheus quanto Bruno descobriram que ocorreria o Microsoft AI Tour, congresso de inteligência artificial, em 26 de setembro, em São Paulo. O evento é realizado pela Microsoft e tem como enfoque a discussão e a exposição de projetos que usam a inteligência artificial para impulsionar empresas de várias áreas, como educação e saúde.
A dupla, então, mandou um vídeo explicando sobre o PP_E para a Microsoft, com a intenção de submetê-lo ao público e, assim, puderam participar do congresso. Lá, eles falaram sobre o aplicativo com Satya Nadella, diretor executivo da empresa, que elogiou o projeto em uma palestra geral do evento, que contou com a participação de 3 mil pessoas, dentre elas, Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil filiado ao Partido da Socialista Brasileiro (PSB).
"No evento, eu e o Bruno ficamos em uma sala separada, com personalidades influentes, como o presidente do Banco Central e o diretor do Hospital Albert Einstein, e como o Satya Nadella ficou no Brasil apenas por duas horas, nós tivemos quatro minutos para falar com CEO, que depois comentou ter achado o aplicativo interessante. Então foi uma experiência transformadora", descreve o estudante.
Com essa repercussão positiva do copilot, ambos contam que existem planos futuros para a incorporação do aplicativo no ambiente escolar. "Nós temos expectativas futuras com o PP_E, como a aplicação do piloto para o SESI de Cariacica, com testes iniciais, vimos que os alunos gostaram da ferramenta", conta Bruno.
Realização
A experiência também foi importante para o professor, que teve de aprender mais sobre conceitos tecnológicos. "Foi enriquecedor ter contato com o aluno em relação a esse projeto e que ele desenvolvesse as habilidades específicas. Sendo o mentor do Matheus, percebi o esforço dele e meu, porque sou professor de matemática, e tive de sair da zona de conforto para saber mais da tecnologia e conseguimos entregar. Como a minha função é ensinar, foi um feito importante", comemora.
Como está no segundo ano do ensino médio, período de vestibular e decisão de qual curso ingressar, Matheus acredita que ter feito o PP_E o fez pensar no próprio futuro profissional. "Na vida acadêmica, eu tenho um histórico com a tecnologia, na escola eu me envolvi com a área da robótica, então fazer o aplicativo fez com que eu conhecesse mais sobre a teconologia e também qual curso que eu gostaria de fazer: ciência da computação."
*Estagiária sob supervisão de Marina Rodrigues
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