Eu, Estudante

Estudantes veem as mudanças climáticas como ameaça para as gerações futuras

Dados da pesquisa da PUCRS mostram também que 75% dos entrevistados acreditam que as mudanças climáticas afetam as populações de forma desigual

Uma pesquisa realizada pela Clínica de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) mostra que 75% das crianças e adolescentes acreditam que as mudanças climáticas afetam as populações de forma desigual , impactando mais intensamente as comunidades periféricas ou de difícil acesso. Feito em parceria com o Centro Marista de Defesa da Infância (CMDI), os Maristas no Brasil e a Província Marista México Central (PMMC), o estudo ouviu 457 estudantes de colégios gratuitos e pagos localizados em zonas urbanas no Brasil e no México sobre suas percepções sobre meio ambiente e mudanças climáticas. 

Dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) revelam que mais da metade dos estados brasileiros enfrentam o pior período de seca em 44 anos. Além disso, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde, OMS, aproximadamente dois em cada cinco brasileiros estão expostos a concentrações de PM2.5 (poluição do ar externa) acima do recomendado, e, no caso de crianças e adolescentes, esse número aumenta para três em cada cinco. Recentemente, também o Rio Grande do Sul enfrentou enchentes devastadoras. 

A pesquisa da PUCPR também aponta que 79% das crianças ouvidas veem as mudanças climáticas como uma ameaça real para as gerações futuras. No Brasil, 90% das crianças afirmam ter conhecimento sobre os direitos infantojuvenis, mas apenas 64% sentem que suas opiniões são ouvidas pelos tomadores de decisão. 

Para o presidente do Conselho Administrativo do Marista Brasil, Ir. Natalino Guilherme de Souza, a escola deve ser um espaço para discussão sobre justiça climática, por meio de projetos sustentáveis e diálogos com a comunidade, considerando essencial “a escuta das crianças para a proposição de políticas públicas que buscam reverter a situação”.