Estudantes veem as mudanças climáticas como ameaça para as gerações futuras

Dados da pesquisa da PUCRS mostram também que 75% dos entrevistados acreditam que as mudanças climáticas afetam as populações de forma desigual

Correio Braziliense
postado em 04/10/2024 19:24
Pesquisa aponta que crianças e adolescentes sentem os impactos das mudanças climáticas
 -  (crédito: Louis Bauer by Pexels)
Pesquisa aponta que crianças e adolescentes sentem os impactos das mudanças climáticas - (crédito: Louis Bauer by Pexels)

Uma pesquisa realizada pela Clínica de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) mostra que 75% das crianças e adolescentes acreditam que as mudanças climáticas afetam as populações de forma desigual , impactando mais intensamente as comunidades periféricas ou de difícil acesso. Feito em parceria com o Centro Marista de Defesa da Infância (CMDI), os Maristas no Brasil e a Província Marista México Central (PMMC), o estudo ouviu 457 estudantes de colégios gratuitos e pagos localizados em zonas urbanas no Brasil e no México sobre suas percepções sobre meio ambiente e mudanças climáticas. 

Dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) revelam que mais da metade dos estados brasileiros enfrentam o pior período de seca em 44 anos. Além disso, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde, OMS, aproximadamente dois em cada cinco brasileiros estão expostos a concentrações de PM2.5 (poluição do ar externa) acima do recomendado, e, no caso de crianças e adolescentes, esse número aumenta para três em cada cinco. Recentemente, também o Rio Grande do Sul enfrentou enchentes devastadoras. 

A pesquisa da PUCPR também aponta que 79% das crianças ouvidas veem as mudanças climáticas como uma ameaça real para as gerações futuras. No Brasil, 90% das crianças afirmam ter conhecimento sobre os direitos infantojuvenis, mas apenas 64% sentem que suas opiniões são ouvidas pelos tomadores de decisão. 

Para o presidente do Conselho Administrativo do Marista Brasil, Ir. Natalino Guilherme de Souza, a escola deve ser um espaço para discussão sobre justiça climática, por meio de projetos sustentáveis e diálogos com a comunidade, considerando essencial “a escuta das crianças para a proposição de políticas públicas que buscam reverter a situação”.

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