Como aprender fórmula de bhaskara?"; "O que é advérbio?". Você com certeza já teve dúvidas — ainda que não essas — e precisou pesquisar na internet. É o famoso "perguntar para o Google". Também os jovens da Geração Z pesquisam na internet, mas recorrem com frequência a outra ferramenta: as redes sociais.
De acordo com a pesquisa Usos e impactos de plataformas e vídeos curtos por adolescentes do Brasil, da Rede Conhecimentos Sociais (Recos) em parceria com o InternetLab (Lab), os jovens veem vídeos curtos nas redes sociais para se distrair, conhecer assuntos novos ou acompanhar temas de que gostam. Só que boa parte também aproveita para aprender.
A pesquisa mostra que a ideia de que vídeos curtos trazem entretenimento em tempo rápido (85%) e provocam a curiosidade para assistir cada vez mais vídeos (82%) é praticamente consensual entre adolescentes. O tempo de duração que deve ter um vídeo curto, porém, não tem consenso: há quem acredite que devam ter até 30 segundos, enquanto outros falam de até 10 minutos, mas a tendência, segundo os jovens ouvidos na pesquisa, é que sejam vídeos de até 2 minutos.
A coordenadora de pesquisa do InternetLab, Clarice Tavares, afirma que o levantamento, inspirado em estudos anteriores sobre hábitos de uso do WhatsApp, foi motivado pela crescente centralidade dos vídeos curtos no debate público, especialmente entre crianças e adolescentes. Um dos pontos de destaque foi a preocupação com a privacidade. "Os adolescentes estão interessados em pensar criticamente sobre seus usos das plataformas, mas ao mesmo tempo não querem, por exemplo, que os pais acessem seus telefones", diz Clarice, ressaltando o desafio de construir diálogos sem que os jovens se sintam violados em sua privacidade.
Cuidados
Outro ponto relevante da pesquisa é a relação entre o uso de vídeos curtos e a qualidade do ensino. O diretor da Swiss International School (SIS) de Brasília, Henrick Oprea, por exemplo, expressa preocupações sobre o impacto dessas plataformas na capacidade de aprendizado dos jovens. "Eu acho relevante (o vídeo curto) ser usado como um gancho para apresentar um assunto. O grande desafio é a superficialidade. A aprendizagem vai exigir esforço, atenção e aprofundamento", afirma.
Na SIS, os alunos são proibidos de usar o celular, mas os professores têm liberdade de planejar as aulas e os recursos que pretendem usar em sala. "O professor passa a ter um papel também de curador digital. A quantidade de vídeos (na internet) é enorme, tem muita coisa que é legal, que é correta, e tem muita coisa que não tem procedência", ressalta.
Os estudantes Laura Masotti, 15, e Thalisson Sales, 16, reforçam a fala do diretor. "Eu assisto (a um vídeo curto) só para resumir, eu vejo um ponto e daí eu relembro o que estudei", diz Laura. Para Thalisson, eles servem apenas como uma porta de entrada. Os dois também compartilham que preferem vídeos curtos para atividades além da escola, como vídeos rápidos para tocar violão ou vídeos de curiosidades sobre ciência e física.
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