No âmbito da educação infantil, a legislação brasileira reconhece a necessidade de movimento e experiências sensoriais diversas na arquitetura dos espaços escolares. Os Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil orientam que os espaços na educação infantil devem ser variados, de forma a favorecer diferentes tipos de interação, e que o professor tem papel importante como organizador desses ambientes.
Segundo especialistas, a variedade das experiências sensoriais é uma das qualidades que se busca em um ambiente escolar. Além disso, a qualidade e a diversidade sensorial dos materiais utilizados devem ser consideradas na hora da escolha da escola. A professora Elaine Florêncio, doutora em educação, ressalta que os espaços escolares devem contribuir para que a criança seja protagonista e construa a própria imaginação e criatividade.
"As crianças precisam desse momento de interação com a natureza, de contato com a terra, com a água, e de interação com os colegas para que elas possam aprender e desenvolver estratégias de lidar consigo e com o outro; de entender que elas compartilham de um mundo com diferentes pessoas", afirma Elaine. Ela é coordenadora-geral dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Caruaru (PE), cidade onde foi inaugurado o primeiro Centro de Referência e Formação da Primeira Infância do Brasil.
A designer de interiores Raissa Hudson, 24 anos, é mãe de três crianças. A primogênita tem 5 anos e estuda desde os 3. A escola selecionada foi a Maria Montessori. Entre os critérios utilizados por ela, o espaço ofertado, com possibilidade de contato com a natureza, foi um dos pontos fundamentais. "Eu acho que a importância de ela ter esse contato com a natureza era justamente para ver que o mundo virtual é chato e o que é legal mesmo é ter esse contato ao ar livre", afirma Raissa.
Hora de brincar!
A psicóloga Erika Neves destaca que, para um desenvolvimento adequado, é fundamental que a rotina da creche ou da escola priorize o trabalho com o corpo em sua totalidade. "Os pequenos estão em aprimoramento de suas habilidades motoras e, quanto melhor as potencialidades do corpo forem exploradas em brincadeiras livres e dirigidas, melhor será o desempenho da criança no âmbito gráfico."
No Brasil, são diversas as linhas pedagógicas que possibilitam um enriquecimento do ensino ao priorizar o desenvolvimento das habilidades individuais, nas artes, na conexão com a natureza e na dimensão emocional dos pequenos. Entre elas está a linha pedagógica proposta pela médica e pedagoga italiana Maria Montessori.
A coordenadora pedagógica e supervisora do método na escola Maria Montessori, Cleia Antunes, explica que a abordagem pedagógica montessoriana defende que a concentração e o crescimento das crianças se dão pela interação com objetos. "O brincar livre, o manusear os materiais e o desenvolvimento da coordenação motora são o que mais importa nessa fase", afirma.
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