Acompanhando a tendência nacional, o Distrito Federal ficou abaixo da meta para o ensino médio estabelecida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O resultado aponta que a meta determinada foi 5,2 e o DF atingiu 4,2, ficando 0,1 ponto abaixo da média Brasil (4,3) neste indicador, considerando rede pública e privada. Nas escolas públicas, a nota foi 3,7, abaixo da média Brasil (4,1). Os dados são de 2023 e foram divulgados ontem pelo MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
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A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, avalia que essa etapa é o maior desafio para o DF. "Temos muito a melhorar, mas estamos com as políticas certas. Não tínhamos uma política de avaliação sistemática aqui no DF, mas levamos ao governador esse projeto pelo qual criamos o sistema. Ele baixou o decreto que institui um grande sistema de avaliação para toda a rede. Vai valer a partir do segundo semestre. Queremos fazer pelo menos uma avaliação por bimestre", adiantou.
Ainda sobre o ensino médio, a gestora assinalou que "há a possibilidade de emprego e renda aos estudantes, então, muita gente acaba deixando a escola para trabalhar. Isso é um sinal de alerta de que precisamos reforçar a busca ativa para trazer o aluno de volta".
Ensino fundamental
O DF superou a meta e a média nacional para os anos iniciais do ensino Fundamental. A nota foi 6,4, considerando rede pública e privada, enquanto a meta e a média Brasil foram de 6,0. Nas escolas públicas, a nota foi de 5,9. "Focamos muito na recomposição das aprendizagens realizadas em função da pandemia", afirmou a secretária, referindo-se a ações realizadas para melhorar o processo de ensino e aprendizagem desses alunos.
Nos anos finais do ensino fundamental, em que a meta era 5,5, o DF ficou com 5,0, igualando-se à média Brasil. Na rede pública a nota foi menor — 4,6.
"Com relação à queda nos índices nos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio, vale lembrar que não houve aprovação automática de alunos como no Ideb anterior", explicou.
Análise
Doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), a professora Catarina de Almeida Santos analisa que, nos últimos anos, o Ideb tem aumentado mais pelo fluxo escolar do que pelo desempenho dos alunos no Saeb. "O índice não mede necessariamente a qualidade do ensino. A média esconde muitas desigualdades. Algumas escolas que obtiveram bons resultados acabam elevando a média de outras, mas isso não significa que a rede como um todo garante essa qualidade", frisa.
Catarina explica que, nos anos iniciais, os estudantes estão com os mesmos professores em todas as disciplinas, o que reflete nos índices de aprovação, que são maiores nessa fase. "Nos anos finais e no ensino médio, os estudantes começam a estudar com professores diferentes em cada disciplina. Nessa fase, há uma distorção maior idade-série, e tudo isso reflete nos índices de repetência e, até mesmo, no abandono", detalhou.
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