O Google Sala de Aula, plataforma voltada para educação no ambiente on-line, completa 10 anos nesta quarta-feira (14/8). O serviço tem diversas funcionalidades para o professor planejar aulas, aplicar atividades e receber estatísticas de aprendizado da turma. Agora, a empresa de tecnologia lança uma nova aplicação no Brasil: o Leitura Guiada.
A versão em inglês, chamada Read Along, existe há alguns meses no mercado e já foi usada por mais de 34 milhões de crianças. A novidade é que o aplicativo será introduzido na América Latina e será acoplado ao Sala de Aula. "O Leitura Guiada traz para o aluno essa experiência de leitura autônoma, mas com apoio de uma guia virtual. O professor vai poder checar o progresso do aluno e também da turma, e poderá customizar as lições para cada estudante", explica Rodrigo Pimentel, head do Google for Education para a América Latina.
Veja mais sobre o projeto:
Para a criança, é uma experiência gamificada de leitura. Para o professor (ou responsável), uma ferramenta que possibilitará medir o progresso do estudante e captar suas dificuldades. O Leitura Guiada propõe deixar o processo de aprendizagem divertido e prático, além de ser um suporte para a educação na América Latina, que tem suas próprias particularidades.
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“O analfabetismo, ou ainda o analfabetismo funcional, é talvez a preocupação número um que o Brasil tem hoje. O país aprofundou demais esse problema depois da pandemia”, pontua Rodrigo. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 9,3 milhões de analfabetos, ou seja, pessoas que não sabem ler nem escrever.
Uma parte das pessoas que são alfabetizadas, porém, não são capazes de interpretar textos, nem realizar operações matemáticas simples — os chamados analfabetos funcionais. Segundo o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), 27% dos brasileiros entre 15 e 64 anos fazem parte dessa parcela da população.
Antes de trazer o leitura guiada para o Brasil, o Google projetou este cenário, afirma Pimentel. “Temos uma adaptação pedagógica do Brasil que é diferente do resto dos outros países. E estamos fazendo essa adaptação com validação governamental, para podermos realmente levar o impacto que faz sentido para o nosso país”, completa.
Google for Education
O Google Sala de Aula, o Leitura Guiada e todas as ferramentas educacionais da empresa partiram de uma iniciativa institucional voltada à educação. “O Google começou diferente de outras empresas. Ele começou na sala de aula, como um projeto de doutorado de dois cientistas da Universidade de Stanford. A empresa tem como base a educação”, expõe Rodrigo.
Foi assim que surgiu a ideia para Google for Education, iniciativa da multinacional que promove e facilita a educação ao redor do mundo. Como um dos primeiros passos, foi criado o Google Sala de Aula, amplamente utilizado no Brasil e que foi recebendo novas funcionalidades ao longo dos últimos 10 anos, a fim de garantir uma melhor experiência para o usuário.
A companhia também promove ações com esferas governamentais, doa equipamentos e auxilia gestores de escolas a implementarem a tecnologia em sala de aula. “A ideia é utilizar muito do que o Google faz, que é criar softwares centrados na experiência do usuário, e fazer isso para dentro da sala de aula”, diz Pimentel.
“Tecnologia tem que ser uma ferramenta adicional. Não pode ser o fim em si. Não tem como. A gente tem a presença do professor sendo fundamental em toda essa jornada, e o objetivo final é o sucesso do aluno”, finaliza.