Eu, Estudante

Tecnologia

Na era da IA, ainda é necessário aprender um novo idioma?

A tecnologia pode nos auxiliar, por exemplo, em exercícios de compreensão, práticas de pronúncia, personalização e individualização da aprendizagem, mas não substitui a figura e importância da interação com o professor

Marcelo Barros

Chief Knowledge Officer (CKO) do CNA 

A Inteligência Artificial vem evoluindo rapidamente e a cada dia surgem novas ferramentas que prometem ajudar a rotina de tarefas das pessoas, como, entre outros, o Chat GPT e as assistentes virtuais presentes nos smartphones ou já em nossas casas. No setor de educação, em especial no ensino de idiomas, não é diferente. Estamos acompanhando de perto importantes inovações, como a incorporação de aplicativos que auxiliam a aprendizagem, aulas online baseadas em IA e machine learning.


É claro que soluções tecnológicas são bem-vindas, ainda mais quando chegam para ampliar e facilitar o acesso à educação para estudantes em todo o mundo. Mas, temos que ter atenção: embora a IA traga muitos benefícios, é importante considerar os potenciais riscos associados ao seu uso.


O ponto-chave dentro desse cenário, e que eu gostaria de trazer para reflexão, é sobre o aprendizado do inglês, ou qualquer outra língua, apoiado exclusivamente no uso da tecnologia. Atualmente, de acordo com uma pesquisa do Instituto British Council, menos de 5% da população brasileira consegue se comunicar em inglês, com apenas 1% sendo fluente, o que nos coloca como um dos países com menor proficiência na língua.


Por outro lado, uma pesquisa realizada em parceria entre a Open English e o Instituto QualiBest mostra que 62% dos internautas brasileiros estão interessados em aprender um novo idioma e que gostariam de realizar cursos facilitados pelo apoio da Inteligência Artificial. Além desse levantamento, cerca de 55% demonstraram interesse em fazer um curso de inglês que combine aulas e a interação com professores, além de conteúdos elaborados a partir de machine learning.


Com muitas pessoas optando por aprender inglês com o apoio da Inteligência Artificial, vale ressaltar que é preciso saber utilizar bem esse meio para ter acesso a atividades de compreensão, prática de pronúncia, e personalização e individualização da aprendizagem.


Adquirir um novo idioma não é apenas traduzir frases ou memorizar vocabulário e regras gramaticais, mas também compreender contextos, aspectos culturais e expressões idiomáticas, dentre outros aspectos, para ser capaz de promover interação e saber se comunicar efetivamente.


Além disso – e na minha visão um dos pontos mais importantes – o processo de aprendizagem passa, obrigatoriamente, pela sensibilidade do professor ao identificar potencialidades e dificuldades dos alunos para ajustar e promover a melhor experiência na sala de aula e em outros ambientes de aprendizagem.


Observo, ainda, que para usar a Inteligência Artificial é essencial que haja condições e repertório para saber fazer as perguntas de maneira que a ferramenta lhe apresente realmente o que você precisa, com base no contexto e nas instruções corretas. Um aprendizado mais profundo do idioma permite atingir os melhores resultados por meio dessa tecnologia.


Dentro desse cenário na Educação, a tecnologia deve ser vista sempre como uma ferramenta de apoio e não como a substituição do modelo atual de aprendizagem de idiomas. Todas essas inovações, no meu ponto de vista, chegam para aprimorar os estudos, tornar mais acessíveis possíveis conceitos complexos e oferecer mais oportunidades para a prática constante.


Reforço aqui que precisamos ter cuidado para jamais abraçar a ilusão de renunciar à presença do professor no processo de aprendizagem. Ele é o profissional especialista na área e capacitado para compreender as necessidades individuais do aluno. Ainda destaco que, quanto mais conhecimento obtido a partir de múltiplas fontes e das trocas com professores e colegas, menos você fica refém de novas tecnologias ou teme pela substituição e extinção de determinadas profissões.


Saber falar inglês proporciona a liberdade de se comunicar com pessoas em todo o mundo, amplia as oportunidades profissionais e acadêmicas, e oferece um vasto conhecimento global. Devemos incentivar que mais pessoas aprendam a língua, seja com métodos tradicionais, seja a partir do uso de IA, ou, sobretudo, combinando esses elementos. O importante é saber utilizar essa tecnologia, não para substituir a figura do professor, mas sim como mais uma ferramenta de aprendizagem, oferecendo experiências educacionais mais ricas, personalizadas e eficazes.

 

Sobreo CNA

Com 50 anos de atuação no mercado, o CNA possui mais de 727 escolaslocalizadas em todos os estados brasileiros, o que a faz umadas maiores redes de ensino de idiomas do país. Sua metodologiainovadora explora elementos presenciais e a distância, além derecentes recursos tecnológicos, que inserem o idioma no cotidiano dealunos de todas as idades, a fim de proporcionar fluência ao falar,ler, escrever e compreender a língua naturalmente.

Em2020, o CNA foi escolhido Franqueador do Ano pela AssociaçãoBrasileira de Franchising (ABF). É também a única rede a obter por32 vezes de forma consecutiva o Selo de Excelência em Franchising.Está na lista de Melhores Franquias do Brasil, com a conquista doSelo 5 Estrelas, concedido pela Pequenas Empresas & GrandesNegócios, e na lista Top 25 do Franchising Brasileiro, organizadapelo Grupo Bittencourt. Em 2023, foi tricampeão do Prêmio ReclameAqui na categoria Educação - Idiomas por sua excelência noatendimento ao consumidor. Além disso, foi também agraciado com oPrêmio Top Educação na categoria Escolas de Idiomas.

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