Reencontros, novos professores e preparação para o vestibular. Nesta segunda-feira (29/7), cerca de 465 mil estudantes e mais de 62 mil profissionais iniciaram o segundo semestre do ano letivo nas escolas públicas do Distrito Federal. Apesar de mais engarrafadas, muitas vias ainda mantiveram um fluxo dentro do esperado. O policiamento, mais intenso nos locais próximos às unidades de ensino, contou com operações e blitzes educativas. Na Escola Classe (EC) 308 Sul, a secretária da Educação, Hélvia Paranaguá, recepcionou alunos, pais e professores.
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Ao Correio, a chefe da pasta revelou que, entre as novidades deste semestre, está a chegada de novos profissionais efetivos. "Esperamos que os professores cheguem motivados, principalmente os que tomaram posse recentemente. Estamos muito felizes com esse retorno", afirmou.
Em junho, o governo do DF (GDF) realizou a maior nomeação, de uma única vez, da história na rede de ensino. Foram 3.104 docentes da educação básica, 80 pedagogos e orientadores educacionais e 258 gestores de política pública e gestão. Desses, 2.701 foram empossados.
"Os professores que estão assumindo agora tiveram a oportunidade de permanecer nas escolas onde já atuavam, para não haver descontinuidade; puderam escolher onde trabalhar. Eles estão com todo o 'gás'. O casamento entre um aluno interessado em aprender e um professor apaixonado e motivado a ensinar não tem como dar errado", comemorou a secretária.
Hélvia Paranaguá, que lecionou inglês na EC 308 Sul por dois anos, acrescentou que, para este semestre, estão previstas inaugurações de novas escolas, como uma no Mangueiral, local onde ainda não há unidade de ensino.
"Ate o fim do ano, teremos mais 15 novos centros de educação da primeira infância (CEPIs) para atender à creche, de zero a três anos. Além disso, temos feito módulos de ampliação em escolas, tanto para desafogar a sala de aula quanto para ampliar a educação em tempo integral", disse. Atualmente, o DF conta com 840 unidades escolares.
Sinceras, algumas crianças não esconderam a vontade de voltar para debaixo das cobertas. Quando questionada pela reportagem sobre a empolgação para o início das aulas, a estudante da EC 308 Sul Bela Barbário, 9 anos, ponderou: "Estou empolgada para rever meus amigos, mas queria ficar em casa, descansando. Minhas férias foram boas, passeei e brinquei bastante, então, não queria que acabasse. Ao mesmo tempo, é bom estar com meus colegas. Depois que as férias chegam, é difícil a gente se ver", disse.
Aos risos, Priscila dos Santos, 41, mãe de Bela e monitora na escola, respondeu que a saudade das férias significa que elas foram bem aproveitadas. Sobre o retorno, estava animada. "Sempre saímos de todo semestre letivo muito cansados, mas é inevitável não sentirmos saudade deste ambiente e dos alunos. Amo estar aqui", destacou.
"Esperamos que seja um bom retorno, pois escola sem criança não é escola", resumiu Maria das Graças de Oliveira, diretora da EC 308 Sul, que ensina cerca de 300 alunos, de um a cinco anos. "Queremos que eles se tornem, cada vez mais, comprometidos e com senso crítico", completou.
Rede particular
Em algumas escolas particulares, os alunos retornaram às aulas um pouco mais cedo. No Colégio Sigma Asa Sul, após três semanas de recesso, a rotina voltou na quinta-feira da semana passada. O Correio conversou com estudantes do ensino médio que, focados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no vestibular e no Programa de Avaliação Seriada (PAS — UnB), retomaram ansiosos e, segundo eles, preparados para lidar com o que vem pela frente.
Para Camila Assumpção Gouveia, 17, estudante da 3ª série do ensino médio, os dias de descanso não significaram somente diversão. Apesar de ter viajado com a família para Itália, a jovem, que sonha em cursar medicina, manteve a rotina de estudos para o Enem. "Na volta às aulas, nós estamos naquele clima de 'vamos revisar tudo para o Enem e se preparar para o vestibular', porque, agora, faltam apenas três meses. Mas, hoje (segunda-feira), todas as aulas foram tranquilas, os professores fizeram uma revisão dos conteúdos", explicou.
Cecília Ferreira de Sousa, 17, também é estudante da 3ª série e voltou para a escola nesta segunda-feira (29/7). Contou que tentou descansar tudo que pôde durante as férias, mas que, para não perder totalmente o “fio da meada”, usou parte dos momentos livres para folhear alguns livros. “A gente sente uma pressão maior no segundo semestre, mas eu tenho me preparado desde o início e isso me tranquiliza”, disse.
Para cada etapa, um clima diferente. No caso do estudante da 1ª série do ensino médio, Lucas França, 14, os dias de recesso foram usados para descansar o máximo possível. Agora, está em contagem regressiva para prestar seu primeiro vestibular. “No fim do ano, vou fazer a minha primeira prova do PAS e estou meio nervoso”, confessou, completando que, após os dias de descanso, conseguirá “segurar a onda” até o dia da prova.
O diretor da unidade do Sigma da 912 Sul, Gabriel Silva Carvalho, informou que a escola soma cerca 1,2 mil alunos matriculados e explicou que, diferente do que muitos pensam, eles costumam retornar mais dispostos. "Eles voltam mais adaptados do que após as férias do início do ano. No caso das séries de transição, como a 1° série do ensino médio, os alunos viram de fato estudantes do ensino médio no 2° semestre. Antes, eles ainda estão vivendo o processo de transição", apontou.
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