Lucas Garcia*
A recente proposta aprovada no Congresso Nacional, que reformula o ensino médio no Brasil a partir de 2025, introduz mudanças significativas nos itinerários formativos e na carga horária. Essa reforma pretende oferecer uma educação mais diversificada e personalizada, mas será que realmente aborda as necessidades contemporâneas dos alunos?
Quando analisamos o desempenho do Brasil em avaliações internacionais como o Pisa, observamos que o país tem enfrentado dificuldades em alcançar resultados satisfatórios. Parte desse desafio pode ser atribuído à falta de inovação e flexibilidade no currículo tradicional. Em contrapartida, as escolas bilíngues incorporam muitas das mudanças propostas, com currículos que permitem uma formação mais ampla e contextualizada.
Nas escolas bilíngues, os princípios do Novo Ensino Médio são uma realidade. O currículo é projetado para ser bilíngue e internacionalmente reconhecido, alinhando-se com as demandas evolutivas da educação global. Isso garante que nossos alunos estejam preparados não apenas para desafios acadêmicos locais, mas também sejam competitivos em um cenário internacional. Um dos principais diferenciais de um currículo internacional em comparação com o tradicional é a ênfase no desenvolvimento do pensamento crítico, criatividade e inteligência emocional.
É fundamental adotar um currículo que incorpore tanto os padrões educacionais brasileiros quanto às melhores práticas internacionais, incluindo o programa de Bacharelado Internacional (IB). Essa abordagem dupla equipa os alunos com uma perspectiva mais ampla e habilidades versáteis altamente valorizadas no mundo globalizado de hoje.
As habilidades cognitivas, a consciência cultural e a proficiência linguística são um tripé fundamental em um contexto global para abrir inúmeras oportunidades para educação superior e carreiras ao redor do mundo. Além disso, a exposição a diversas perspectivas e ambientes de aprendizagem colaborativa promove o desenvolvimento pessoal e prepara os alunos para serem cidadãos globais que podem contribuir positivamente para a sociedade.
O Novo Ensino Médio não é novidade nas escolas bilíngues, que há anos integra uma abordagem curricular inovadora e diversificada. Enquanto o “novo” Ensino Médio promete trazer inovações como itinerários formativos personalizados e uma carga horária ampliada, as escolas bilíngues já operam com esses princípios há anos. Nessas instituições, os alunos têm a oportunidade de escolher entre diversas áreas de conhecimento que mais se alinham com seus interesses e aspirações futuras, uma prática que antecipa as mudanças previstas pela nova legislação. Além disso, a carga horária ampliada e a inclusão de disciplinas eletivas são componentes integrais do currículo bilíngue, que visa não apenas o domínio do conteúdo acadêmico, mas também o desenvolvimento de habilidades socio emocionais e culturais.
Outro aspecto fundamental que a escola bilíngue já implementa é a abordagem interdisciplinar e a utilização de metodologias ativas de aprendizagem, como projetos colaborativos e estudos de caso, que estimulam o pensamento crítico e a resolução de problemas de maneira prática e aplicada. Essas práticas estão alinhadas com as diretrizes do novo Ensino Médio, que busca tornar a educação mais dinâmica e relevante para os estudantes. A diferença é que, nas escolas bilíngues, essa abordagem já está consolidada, proporcionando uma vantagem significativa para os alunos que se beneficiam de uma educação de ponta, que não apenas atende às novas exigências legais, mas também os prepara para competir e se destacar em um contexto global.
*Diretor da Escola Eleva Brasília, Lucas Garcia é um humanista com experiência em escolas bilíngues e internacionais e uma formação acadêmica em Neurociência da Aprendizagem e Gestão Educacional