Otavio Nogueira*
À medida que acompanho de perto a revolução digital no Brasil e no mundo, preocupo-me com a realidade das escolas públicas brasileiras. Embora a maioria delas tenha acesso à internet, apenas 62% a utilizam para atividades educacionais; cerca de 27% das instituições de ensino usam a conexão apenas para tarefas administrativas, como a secretaria, conforme aponta o Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações (Ceptro.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Isso significa que muitos alunos estão sendo privados de oportunidades de aprendizagem digital.
Recentemente, o ministro da Educação, Camilo Santana, apresentou dados de um levantamento feito para identificar o estado atual da conectividade nas escolas públicas de todo o Brasil. Mais de 4,1 milhões de alunos, aproximadamente 79% enfrentam dificuldades de acesso à conexão adequada, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, e cerca de 71 mil escolas públicas no País, o equivalente a 52% delas, não possuem distribuição de sinal de wi-fi.
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A conectividade é um pilar fundamental para a democratização da educação no Brasil e um direito básico de todo estudante. Infelizmente, hoje percebemos que esta desigualdade digital no País pode interferir diretamente na formação dos estudantes e gerar desequilíbrio na concorrência por vagas nas universidades e às oportunidades de emprego para os jovens. Portanto, torna-se imprescindível implementar medidas urgentes para elaborar um plano abrangente que supere essas barreiras, garantindo que os alunos aprendam em um ambiente conectado e inclusivo.
Por isso, ações conjuntas, incluindo a esfera pública, o terceiro setor e a iniciativa privada são essenciais para impulsionar a conectividade de alta velocidade e minimizar a desigualdade digital e social. Um exemplo de empresa engajada é o Grupo Alloha Fibra, que junto com o Instituto Escola Conectada, proporciona acesso à internet 100% por fibra óptica para 36 mil estudantes de 62 instituições de ensino de oito municípios brasileiros. Outras empresas privadas também participam do projeto e apoiam a educação, fator-chave para mudar o cenário socioeconômico do Brasil.
Juntos nessa jornada, estamos abrindo portas para a inclusão digital e social, atuando como facilitadores para diversos estudantes e impactando positivamente as comunidades locais. Acreditamos que, ao investir na infraestrutura de internet nas escolas públicas, estamos construindo um futuro melhor para o Brasil, onde cada aluno tem a chance de alcançar seu pleno potencial.
*Otavio Nogueira, VP de Gente & Gestão, Comunicação & ESG do Grupo Alloha Fibra, maior grupo independente de fibra óptica FTTH do Brasil e a terceira maior operadora de telecom em extensão de fibra óptica.
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