Uma radicalização da greve dos professores e técnicos-administrativos de universidades e institutos federais deve ocorrer, a partir desta segunda-feira (27/5). Paralisados desde março (técnicos) e abril (professores), as duas categorias vivem um impasse com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI). O anúncio de radicalização foi feito por sindicatos, em coletiva à imprensa, nesta sexta-feira (24/5), em Brasília.
Enquanto os funcionários federais da educação defendem reajuste de 3 x de 10,34% a partir de 2024 o governo nega a possibilidade de aumentar o salário neste ano e propõe o reajuste de 9% em 2025 e 3,5% em 2026 aos professores. Para técnicos, houve uma proposta de reajuste zero neste ano, porém 9% em 25 e 5% em 2026.
A data comentada pelos sindicatos diz respeito a uma mensagem que, segundo as entidades da educação, foi estabelecida pelo governo como uma espécie de "limite" da greve. "O governo nos intimou, como se na segunda-feira fôssemos obrigados a assinar um acordo. Nós não vamos assinar, nós queremos voltar à negociação", disse Gustavo Seferian, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN).
A mesa de negociação que apresentou a proposta de reajuste de 9% em 2025 e 3,5% em 2026 aos professores federais foi realizada no dia 15 de maio. Essa proposta foi votada pela base sindical, em seções regionais de cada instituto educacional. Ao todo, 58 instituições federais estão em greve. Segundo Seferian, a maioria das bases votou pela reprovação da proposta do governo. "Temos até sábado (25/5) para publicar o resultado oficial", disse.
Técnicos
Além de Seferian, outros quatro representantes de sindicatos estiveram na coletiva de imprensa nesta sexta-feira. Uma delas foi Ivanilda Reis, coordenadora-geral da Federação das Associações de Trabalhadores (as) das Universidades Brasileiras (Fasubra). Embora não represente a classe de professores, ela classificou como "intransigente" a postura do governo em determinar que segunda seja a data-limite para que docentes assinem o reajuste proposto pelo governo.
"A gente vai radicalizar o movimento de greve para que o governo negocie um reajuste neste ano", afirmou Virgínia Valadão, uma das representantes da Fasubra. A mesa de negociação com a Fasubra e o MGI ocorreu na terça-feira (21/5). À ocasião, o governo negou reajuste em 2024 e ofereceu aumentos salariais de 9% em 2025 e 5% em 2026.
A proposta foi rechaçada pelos sindicalistas da área técnica universitária. "Todos nós da educação queremos uma reunião com o presidente Lula para que ele nos escute. Afinal, esse governo diz ser representante da educação, então por que não escutar os trabalhadores da educação", provocou Ivanilda Reis.
O que diz o governo
Em nota, o Ministério da Gestão e Inovação informou que após cinco rodadas de negociação com as entidades que representam os servidores da educação, as propostas finais já foram apresentadas com reajustes que variam de 5 a 9% divididos em duas parcelas com pagamento para 2025 e 2026. Confira nota na íntegra:
Nota - Ministério da Gestão e Inovação