ARTIGO

No Dia da Escola, especialista reforça a luta pelo combate aos discursos de ódio nas instituições de ensino

Especialista reforça a luta pelo combate aos discursos de ódio nas instituições de ensino

Correio Braziliense
postado em 14/03/2024 21:07 / atualizado em 14/03/2024 21:45
. -  (crédito: Arquivo Pessoal)
. - (crédito: Arquivo Pessoal)

Por Amanda Mendes

Comemorado nesta sexta-feira, 15 de março, o Dia da Escola vem para lembrar a importância dessas instituições, para além do ensino, da alfabetização. A data vem para lembrar a importância da educação como direito humano. Mas, apesar de ser um direito, o ambiente escolar vem sofrendo mudanças e temos vivenciado formas mais rudes de expressão. Infelizmente, tem sido cada vez mais comum presenciarmos em nosso cotidiano discursos carregados das mais severas críticas e julgamentos, impregnados de ira, irracionalidade e preconceitos, com a intenção de ofender e machucar.

Os diferentes tipos de violência não são novidade na dinâmica social, com registros históricos já na antiguidade clássica, mas ainda nos falta muito para criar uma efetiva cultura de paz e respeito. Nesse sentido, toda instituição de ensino, como primeira via de socialização após o berço familiar, além de seu caráter pedagógico, deve assumir o compromisso de prevenir e ajudar a erradicar qualquer tipo de violência.

Dentro deste contexto e tendo como premissa a missão do Colégio, “a formação de indivíduos íntegros em um ambiente de proximidade, liberdade e responsabilidade fundamentada em uma visão cristã do mundo”, é importante que as escolas combatam os discursos de ódio, tanto em caráter preventivo quanto formativo. As ações devem acontecer desde a fundamentação pedagógica até projetos e eventos que compõem a rotina escolar.

Na prática


O princípio norteador para esse trabalho está agregado à formação integral dos alunos, incluído também nas dimensões da pessoa humana: da inteligência, da vontade e da afetividade. Os alunos precisam ser chamados a viver em um mundo globalizado e em uma sociedade plural, e, por isso, torna-se essencial propiciar uma formação que lhes permita abrir-se criticamente à cultura em que vivem, com capacidade de diálogo, para ir assumindo aquilo que seja bom e verdadeiro.

Faz-se necessário também incentivar uma formação que lhes permita, ao final dos anos de escolarização, aprender com autonomia, em cooperação com outras pessoas, a maturidade e a liberdade, baseados em um julgamento ponderado e profundo sobre os acontecimentos da vida e das pessoas, sendo capazes de tomar decisões prudentes e responsáveis.

É importante trabalhar para o aprendizado de habilidades socioemocionais, como o aprender a se relacionar, ajudar o próximo, perdoar e ter empatia, a habilidade de reconhecer estados emocionais de outras pessoas. Em suma, esse aprendizado possibilita a gestão emocional, a sensibilidade e o compromisso ético-cidadão, responsáveis pela boa convivência em sociedade. Dessa maneira, trabalha-se a conscienciosidade de “quem sou eu”, “quem é o outro” e “quem somos nós”, promovendo um senso crítico sobre a postura social saudável, a significância das relações e sua rica diversidade.

A união faz a força


Família e escola devem trabalhar unidas em prol de uma cultura de paz, valores e virtudes, ampliando consideravelmente a eficácia de todo o acompanhamento das crianças e jovens.

Vemos, pois, duas vias principais de atuação: por um lado, o conhecimento, informações importantes que nos permitem saber como funciona o discurso de ódio por meio do conhecimento de si e do outro, as dinâmicas sociais e a diversidade. É preciso conhecer o problema e conhecer a solução – ‘conheça a verdade e ela te libertará’.

Por outro, de igual importância, a sensibilidade, o sentir-se no lugar do outro, a empatia, o emocionar-se, o desejo por cuidar. Só cuidamos e protegemos aquilo e aqueles que amamos – ‘Ama o próximo como a ti mesmo’.

Essas duas vias garantem a prevenção e a restauração das diversas manifestações da violência, incluindo os discursos de ódio.

*Amanda Caroline Mendes Fernandes é diretora de Formação Integral do Colégio Everest Internacional - Asa Norte. Gestora Escolar e pedagoga formada pela Universidade Estadual de Goiás - Go, especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Supervisão Escolar, Gestão e Orientação, Metodologias Ativas e Docência do Ensino Superior, além de ampla experiência em coordenação pedagógica, orientação educacional e projetos inovadores relacionados a aspectos socioemocionais e ao desenvolvimento de professores e ao protagonismo dos alunos.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
No Dia da Escola, especialista reforça a luta pelo combate aos discursos de ódio nas instituições de ensino
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No Dia da Escola, especialista reforça a luta pelo combate aos discursos de ódio nas instituições de ensino

Especialista reforça a luta pelo combate aos discursos de ódio nas instituições de ensino

Correio Braziliense
postado em 14/03/2024 21:07 / atualizado em 14/03/2024 21:45
. -  (crédito: Arquivo Pessoal)
. - (crédito: Arquivo Pessoal)

Por Amanda Mendes

Comemorado nesta sexta-feira, 15 de março, o Dia da Escola vem para lembrar a importância dessas instituições, para além do ensino, da alfabetização. A data vem para lembrar a importância da educação como direito humano. Mas, apesar de ser um direito, o ambiente escolar vem sofrendo mudanças e temos vivenciado formas mais rudes de expressão. Infelizmente, tem sido cada vez mais comum presenciarmos em nosso cotidiano discursos carregados das mais severas críticas e julgamentos, impregnados de ira, irracionalidade e preconceitos, com a intenção de ofender e machucar.

Os diferentes tipos de violência não são novidade na dinâmica social, com registros históricos já na antiguidade clássica, mas ainda nos falta muito para criar uma efetiva cultura de paz e respeito. Nesse sentido, toda instituição de ensino, como primeira via de socialização após o berço familiar, além de seu caráter pedagógico, deve assumir o compromisso de prevenir e ajudar a erradicar qualquer tipo de violência.

Dentro deste contexto e tendo como premissa a missão do Colégio, “a formação de indivíduos íntegros em um ambiente de proximidade, liberdade e responsabilidade fundamentada em uma visão cristã do mundo”, é importante que as escolas combatam os discursos de ódio, tanto em caráter preventivo quanto formativo. As ações devem acontecer desde a fundamentação pedagógica até projetos e eventos que compõem a rotina escolar.

Na prática


O princípio norteador para esse trabalho está agregado à formação integral dos alunos, incluído também nas dimensões da pessoa humana: da inteligência, da vontade e da afetividade. Os alunos precisam ser chamados a viver em um mundo globalizado e em uma sociedade plural, e, por isso, torna-se essencial propiciar uma formação que lhes permita abrir-se criticamente à cultura em que vivem, com capacidade de diálogo, para ir assumindo aquilo que seja bom e verdadeiro.

Faz-se necessário também incentivar uma formação que lhes permita, ao final dos anos de escolarização, aprender com autonomia, em cooperação com outras pessoas, a maturidade e a liberdade, baseados em um julgamento ponderado e profundo sobre os acontecimentos da vida e das pessoas, sendo capazes de tomar decisões prudentes e responsáveis.

É importante trabalhar para o aprendizado de habilidades socioemocionais, como o aprender a se relacionar, ajudar o próximo, perdoar e ter empatia, a habilidade de reconhecer estados emocionais de outras pessoas. Em suma, esse aprendizado possibilita a gestão emocional, a sensibilidade e o compromisso ético-cidadão, responsáveis pela boa convivência em sociedade. Dessa maneira, trabalha-se a conscienciosidade de “quem sou eu”, “quem é o outro” e “quem somos nós”, promovendo um senso crítico sobre a postura social saudável, a significância das relações e sua rica diversidade.

A união faz a força


Família e escola devem trabalhar unidas em prol de uma cultura de paz, valores e virtudes, ampliando consideravelmente a eficácia de todo o acompanhamento das crianças e jovens.

Vemos, pois, duas vias principais de atuação: por um lado, o conhecimento, informações importantes que nos permitem saber como funciona o discurso de ódio por meio do conhecimento de si e do outro, as dinâmicas sociais e a diversidade. É preciso conhecer o problema e conhecer a solução – ‘conheça a verdade e ela te libertará’.

Por outro, de igual importância, a sensibilidade, o sentir-se no lugar do outro, a empatia, o emocionar-se, o desejo por cuidar. Só cuidamos e protegemos aquilo e aqueles que amamos – ‘Ama o próximo como a ti mesmo’.

Essas duas vias garantem a prevenção e a restauração das diversas manifestações da violência, incluindo os discursos de ódio.

*Amanda Caroline Mendes Fernandes é diretora de Formação Integral do Colégio Everest Internacional - Asa Norte. Gestora Escolar e pedagoga formada pela Universidade Estadual de Goiás - Go, especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Supervisão Escolar, Gestão e Orientação, Metodologias Ativas e Docência do Ensino Superior, além de ampla experiência em coordenação pedagógica, orientação educacional e projetos inovadores relacionados a aspectos socioemocionais e ao desenvolvimento de professores e ao protagonismo dos alunos.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação