O projeto "Acessibilidade no Parque" trará apresentações teatrais inclusivas para crianças, o evento ocorrerá no Parque do Setor Leste (Parque infantil da Praça do Cine Itapuã - St. Leste Q 40 ) e foi iniciado terça-feira, 12 de março. As próximas programações serão nesta quinta e sexta-feira, com quatro sessões às 10h, 11h, 14h e 16h. Serão 12 apresentações da atriz e cadeirante Jarlene Maria com contação de história e teatro de bonecos , inspirado no conto popular intitulado “A festa no Céu” que trata da temática do preconceito e acessibilidade.
A Palhaça Alegria Cadeirante, Jarlene Maria cadeirante com paralisia cerebral, desenvolve um trabalho artístico, cultural e social com a Turminha do Palhaço Alegria Cadeirante, grupo que montou e realiza apresentações em festas, escolas, creches, orfanatos, pediatria de hospitais. O projeto conta com ônibus para levar estudantes deficientes gratuitamente para um passeio cultural no local onde serão realizadas todas as apresentações. O projeto é patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC-DF), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (SECEC-DF), do GDF.
Jarlene, afirma que as sessões de histórias contarão com teatro de bonecos utilizando diferentes técnicas de manipulação como luva e manipulação direta. "Obras literárias que possuem recursos de acessibilidade, Braille, audiobook e Libras também serão expostas", explica Jarlene Maria. Ela explica que as apresentações no parque visam conscientizar os estudantes acerca do respeito às diferenças. "Desejamos despertar nas crianças e no público em geral, respeito ao outro e a exigência desse mesmo respeito para si mesmo", enfatiza a artista.
Confira mais sobre o espetáculo
A Festa no céu, o espetáculo é inspirado no conto popular recolhido e publicado por Luís da Câmara Cascudo, A festa no Céu. A fábula é classificada como conto etiológico, uma história inventada pela sabedoria popular para explicar o motivo de determinadas características pertencerem a um animal, como o macaco ter um rabo grande ou a tartaruga ter o casco remendado. A fábula aborda as diferenças físicas entre indivíduos que erroneamente levam à discriminação e o preconceito. Na adaptação, dois passarinhos fazem uma lista de convidados para a festa no céu. Ao selecionar seus convidados, os passarinhos convidam apenas animais que possuem características análogas aos padrões de beleza difundidos no senso comum: seres altos, magros, esguios, voadores, ligeiros etc. O sapo decide ir à festa e com a ajuda do Palhaço Alegria. Com inteligência e astúcia, ele consegue vencer as barreiras e ir ao Céu e ser o maior destaque da festa. A história apresenta aos pequenos espectadores uma metáfora, na qual o céu, assim como tudo que é bom, pertence a todos e apesar das adversidades nos cabe enfrentar e vencer o preconceito.