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"Perdemos 20 anos na implementação do poupança escola", diz Cristovam Buarque

Ex-ministro da educação afirma que criou projeto de poupança para estudantes em 2003, mas ele foi engavetado. Medida Provisória editada pelo governo nesta semana trata do assunto

Priscila Crispi
postado em 29/11/2023 17:36 / atualizado em 01/12/2023 14:47
2023-01-10 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press Brasília- DF - Cristovam Buarque fala ao Correio sobre poupança para alunos do ensino médio
 -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press)
2023-01-10 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press Brasília- DF - Cristovam Buarque fala ao Correio sobre poupança para alunos do ensino médio - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A. Press)
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Cristovam Buarque, ex-ministro da educação e ex-governador do Distrito Federal, falou ao Correio sobre a medida provisória (MP), editada nesta semana pelo presidente Lula, que institui a poupança de incentivo à permanência e conclusão escolar para estudantes do ensino médio.

Segundo ele, em 2003, quando comandava o Ministério da Educação durante o primeiro mandato de Lula, criou um projeto de programa similar que foi encaminhado à Casa Civil, mas ele foi engavetado. “O ministro da Casa Civil da época não quis levar adiante o projeto. Perdemos 20 anos dessa política, mas, felizmente, o Lula está trazendo ela de volta e eu fico muito feliz com isso”, disse o educador.

Cristovam diz que o Distrito Federal tem a paternidade do programa, pois, durante seu governo no DF, implementou a poupança escola com o mesmo objetivo da política nacional: diminuir a evasão escolar. “Nos três anos que tivemos o programa, vimos um aumento considerável da frequência dos estudantes. A Unesco também fez uma avaliação positiva da ação. A bolsa escola fazia com que a criança frequentasse a escola, a poupança fazia com que ela estudasse”, afirmou.

O político ressalta que, para que o programa seja efetivo, é fundamental que o estudante não faça o saque dos valores antes da conclusão do ensino médio. O valor do depósito mensal que será feito pelo governo e as regras para saque, incluindo a periodicidade em que poderão ser realizados, não foram editados pela MP e serão definidos em regulamentação posterior.

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