Eu, Estudante

Voluntariado

A bordo de Kombi, Escola do Cerrado dá aula de resistência e transformação social

O projeto ocorre de forma itinerante e atende crianças e adolescentes de 4 a 17 anos do Distrito Federal e entorno

A administradora e presidente da Escola do Cerrado Mariza Morgado, de 33 anos, assistiu de perto as cenas de terror do dia do despejo da "Escolinha do Cerrado", próximo ao CCBB, em 2021. O projeto tinha a intenção possibilitar o acesso à educação básica a cerca de 20 crianças em vulnerabilidade social durante a pandemia. Tudo foi abaixo. Em menos de 20 minutos o sonho foi interrompido e a escola se apagou. Mas ser voluntário também é um ato de resistência. Com muito esforço e com a ajuda de parceiros, os educadores conseguiram conquistar uma kombi e a transformaram em uma escola itinerante.

Mariza revelou que após a derrubada do espaço educativo, o grupo passou a atender em espaços públicos e por muitas vezes, estirando cangas no chão. “Passou a ficar muito desconfortável. Sentimos que precisávamos de um apoio maior. Com o decorrer dos dias, me veio um sonho, literalmente. Tive um sonho de uma escola dentro de uma kombi. Compartilhei com as minhas companheiras de coletivo e conseguimos um apoio do Razões Para Acreditar, e de gente do mundo inteiro. Nós conseguimos a kombi no final de 2021, e foi com muita luta que conseguimos transformar o veículo em uma escola”.

Arthur Ramos / CB - Kombi da Escola do Cerrado.

“A Escola do Cerrado tem ajudado muito os meus filhos Maria Vitória e Wellington. O projeto vai além da educação financeira. É ajuda emocional também. Eles têm muito carinho pelas crianças. Às vezes eu acho que foi Deus quem colocou a escolinha nas nossas vidas. Tem nos ajudado bastante”, revelou a dona de casa Daniela Valdevino.


Sobre o projeto


O projeto “Escola do Cerrado” começou através do coletivo “BSB Invisível” composto por voluntários da capital. Ao todo, 33 profissionais conduzem atividades. Atualmente o projeto atende crianças e adolescentes de 4 a 17 anos. As ações são realizadas na Vila Planalto, Sobradinho e Valparaíso. O Correio acompanhou um dia de atividades do grupo. Além das aulas de educação básica, os estudantes têm acesso a atividades culturais e de lazer. Já as famílias recebem cestas básicas.

 

Arthur Ramos / CB - Voluntários da Escola do Cerrado ministram aulas no projeto.

“Nós percebemos que as crianças tinham muitas dificuldades dentro da escola regular, e por vezes os professores não conseguiam trabalhar, pela quantidade de alunos. Então, a nossa proposta é que cada criança tenha um educador exclusivo, para que trabalhe todas as dificuldades que ela tem. Tanto na parte de português (literatura), a parte de raciocínio lógico (matemática), e trabalhamos também o socioemocional, onde elas aprendem a lidar com as emoções”, disse Mariza. 

 

 

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Doações


O projeto se mantém com doações. Além do apoio financeiro, a Escola do Cerrado também necessita de doações de alimentos e materiais escolares. As pessoas que quiserem ajudar, podem fazer uma doação via PIX para 46.419.847/0001-06, ou através do link