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Incentivo ao voluntariado contribui para a formação de jovens engajados

Escolas que promovem projetos voluntários entre as turmas são aliadas para o desenvolvimento de jovens mais engajados e com melhores perspectivas de carreira na vida adulta

Incentivar boas práticas e engajamento social desde a primeira infância é essencial para proporcionar ao estudante o desenvolvimento de habilidades para a vida pessoal, acadêmica e profissional. Uma das formas de fazer isso é por meio do voluntariado, conjunto de ações focadas em interesses sociais e comunitários, ou seja: a doação de tempo para ajudar ao próximo.

Seja prestando um serviço voluntário em hospitais, creches e asilos, seja em organizações não governamentais (ONGs) o próprio voluntário se beneficia do ato altruísta. A psicóloga Gabriela Mietto, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), comenta que as escolas que apostam em projetos desse tipo estão atendendo demandas importantes da sociedade.

"Ao longo dos últimos 10 anos, pôde-se observar que os jovens que chegam à universidade tendo convivido com situações de inclusão durante a vida escolar levam essas questões para as suas práticas profissionais", afirma a professora. Jovens que sempre foram engajados socialmente buscam promover a mudança na vida de alguém, e têm mais consciência sobre descobrir o seu papel na sociedade.

A neuropsicopedagoga Tatiana Campos reforça que a educação escolar com práticas de cooperação proporciona desenvolvimento socioemocional, autoconhecimento crítico e amplia o horizonte do aluno, o que contribuirá em suas futuras carreiras.

Trabalho em equipe

O colégio Marista Asa Sul usou essa estratégia na gincana deste ano. Participaram mais de mil alunos do ensino médio, divididos em quatro equipes. Para mudar a forma tradicional de arrecadação de alimentos feita pelos alunos, o colégio decidiu dar a missão de recolher via "vaquinha" on-line o valor de R$ 6 mil, por equipe, para ajudar o Centro Socioeducativo Santo Aníbal Maria, que cuida de 400 crianças em situação de vulnerabilidade.

O dinheiro serviu também para pagamento de aluguel, folha de pagamento dos professores, fraldas, contas de luz, material de limpeza e manutenções na creche. Antes do prazo estipulado, as equipes, por meio da prova solidária, arrecadaram cerca de R$ 24 mil para a instituição.

"O prazo era até 1º de setembro e, em 15 de agosto, todas as equipes fecharam o valor combinado", informou a aluna do 3º ano, Mila Antunes. Eduardo Campos, também do 3º ano, ressalta a relevância da iniciativa para a formação deles. "É também sobre a importância de aprender a valorizar o que temos e saber que, pela nossa posição, podemos realmente ajudar quem precisa e exercer o nosso protagonismo estudantil."

"Cada equipe montou uma estratégia e desafios para engajar as outras equipes", detalha a estudante Catharina Becker. "Eu acho essa prova muito legal, porque todo mundo fica motivado pela gincana, e para ajudar quem precisa", diz.

O coordenador de Pastoral do Marista Asa Sul, Rodrigo Cacere Farina, afirma que a gincana tem como foco justamente trabalhar diversos aspectos no contexto estudantil, como o esportivo, o cultural e o sócio-solidário. "Essa ação incentiva as crianças desde cedo a cultivarem o valor da solidariedade e a cuidar de pessoas que algumas vezes passam despercebidas, ressaltando a importância do auxílio ao próximo."

*Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer