Saber ler e escrever é um dos direitos básicos que competem a todas as pessoas. Contudo, no Brasil, cerca de 40% das crianças brasileiras, entre 7 e 8 anos, não são alfabetizadas. Novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado nesta terça-feira (10/10), alerta para a questão educacional envolvendo as crianças.
De acordo com o relatório, a proporção de crianças de 7 e 8 anos de idade que não sabem ler e escrever dobrou e saltou de 20% para 40% entre 2019 e 2022. As crianças mais afetadas pela questão da educação foram as crianças negras, que representaram maioria em boa parte do levantamento.
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Para os grupos de idade mais avançada, a partir dos dez anos, as variações foram menos drásticas, mas ainda carentes de atenção. Para as crianças de dez anos, por exemplo, a taxa subiu de de 2,4%, em 2019, para 3,5%, em 2022. Este recorte ocorre justamente por que essas crianças tinham sete anos — ou seja, estavam em idade de alfabetização – em um momento anterior ao do fechamento das escolas na pandemia.
“De todas as dimensões analisadas, a que mais piorou no país foi a alfabetização, chamando a atenção para a urgência de políticas públicas coordenadas em nível nacional, estadual e municipal para reverter esse quadro" alerta Santiago Varella, especialista em políticas sociais do Unicef no Brasil.
O levantamento também avaliou a questão de estar na escola na idade certa. Nesse caso, houve melhora em 2022, crescente que vem desde 2016. Cerca de 3,8% deles estavam na série adequada, 3,4% tinham uma privação intermediária e 2,9%, privação extrema, isso em 2022. Entretanto, esses dados podem estar relacionados apenas à aprovação automática na pandemia de covid-19.