ENTREVISTA

Programa Jovem Candango vai contratar 1,8 mil estudantes

Ao CB.Poder, secretário da Família e da Juventude, Rodrigo Delmasso, explicou as etapas do programa Jovem Candango. Ele também avaliou o retorno da Bolsa Universitária

José Augusto Limão*
postado em 09/08/2023 06:00
Secretário da Família e da Juventude, Rodrigo Delmasso -  (crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press)
Secretário da Família e da Juventude, Rodrigo Delmasso - (crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press)
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A contratação de estudantes para o programa Jovem Candango e a volta da Bolsa Universitária, que vai se chamar DF Superior, foram temas do CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília. Ao jornalista Roberto Fonseca, o secretário da Família e da Juventude, Rodrigo Delmasso, contou, nesta terça-feira (8/8), que 300 jovens vão ser chamados inicialmente, até 23 de agosto, para começar as atividades no Jovem Candango. Ao todo, serão 1,8 mil contemplados. "Além da inclusão no mercado de trabalho e o combate à desigualdade social, é um programa de resgate social do jovem e da família", afirmou. Sobre o DF Superior, a proposta está em discussão com a Secretaria de Planejamento e foi incluída no Plano Plurianual.

Uma das primeiras boas iniciativas da nova gestão é o programa Jovem Candango, que está entrando numa fase decisiva. O senhor poderia detalhar o que está acontecendo?

Há mais de 30 dias, lançamos um edital para que os jovens pudessem se inscrever. Tivemos quase sete mil jovens que se inscreveram para o programa Jovem Candango. Recentemente, saiu a relação dos 1,8 mil selecionados, que vão ser contratados para exercerem as suas atividades nos órgãos do governo do Distrito Federal. E, agora, dia 23 de agosto, o governador Ibaneis Rocha vai dar as boas-vindas no Palácio do Buriti para os 300 jovens, contratados nesse primeiro chamamento, ou seja, já iniciando um novo ciclo do programa Jovem Candango, neste ano.

Pelo que vi no calendário, eles estão entregando os documentos, e descobrindo as áreas em que vão atuar. É isso?

Nesta semana, as instituições que foram contratadas para executar o Programa Jovem Candango estão chamando esses jovens para que eles possam entregar a documentação. Esses são os primeiros 300. Depois disso, vamos passar por essas boas-vindas que o governador Ibaneis Rocha faz questão de realizar com esses jovens. E, logo após, os estudantes vão passar por um curso de formação e, depois, vão ser encaminhados para os órgãos que nos demandaram para receber esses jovens durante o período de dois anos.

Além do aprendizado, eles também têm alguns benefícios financeiros. A que o adolescente tem direito?

Esses 1,8 mil jovens que vão ser contratados vão receber uma bolsa de R$ 619, um vale alimentação no valor de R$ 220 e R$ 173 de vale-transporte, além de uniforme do curso de formação no arco ocupacional do qual ele faz parte.

E como funciona no dia a dia do estudante? É sempre no contraturno da escola?

Exatamente, é no contraturno das aulas. Se ele estuda de manhã, à tarde, ele vai estar nos órgãos do GDF durante quatro dias da semana. Em um dia da semana, provavelmente na sexta ou na segunda-feira, ele participa do curso de formação do arco ocupacional do qual ele faz parte, que é na área de administração.

Então, eles atuam na área de administração?

Exatamente, na parte administrativa, normalmente. A lei da aprendizagem proíbe que a gente coloque esses jovens para fazer trabalhos insalubres. Então, normalmente, a gente encaminha esses jovens para que possam fazer os trabalhos na parte administrativa dos órgãos do GDF.

Estão previstas novas turmas. São os primeiros 300 dos 1,8 mil. E o cronograma previsto?

A ideia é que consigamos chegar aos 1,8 mil contratados até abril do ano que vem. A segunda leva de contratação, que seriam mais 300, a gente gostaria de fazer em novembro — logo após o feriado do dia 15. Vamos fazer umas boas-vindas com eles, para que possam entrar em exercício da mesma forma que aconteceu com esse primeiro chamamento.

Como está a Bolsa Universitária?

Começamos a nossa gestão com a prioridade de retomar a Bolsa Universitária, que vai se chamar DF Superior. Já fizemos uma audiência pública com as instituições de ensino superior, colhemos as sugestões, fizemos a minuta do projeto de lei. Agora, estamos fazendo uma discussão com a Secretaria de Planejamento justamente sobre a questão de impacto orçamentário e financeiro. Mas uma boa notícia é que já incluímos o retorno da Bolsa Universitária no Plano Plurianual, que vai ser aprovado pela Câmara Legislativa até setembro deste ano.

E, na prática, vai funcionar como?

O governo vai pagar 50% da mensalidade, e a faculdade parceira vai dar 50% de desconto, ou seja, o estudante não vai pagar nada. O primeiro critério é que ele faça parte de uma família que receba até quatro salários mínimos, e que esteja na idade que chamamos de idade da juventude, de 15 a 29 anos.

Qual será a contrapartida para o estudante?

O estudante vai participar do edital de chamamento público e, com base nos critérios sociais, vai ser selecionado. Bem, ele foi selecionado. Qual vai ser a contrapartida que ele vai dar? Ele vai estagiar em algum órgão, como é feito no programa Jovem Candango, só que, agora, para o programa Bolsa Universitária. Ele vai estagiar em algum órgão do governo na área em que ele está se formando. Ou seja, o governo vai pagar a parte da sua formação. Em contrapartida, ele estará conosco, estará no governo prestando os seus serviços na sua área de formação.

Assista a entrevista na íntegra

*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso

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