PNAD

Analfabetismo afeta 9,5 milhões de brasileiros acima dos 15 anos

Apesar da redução no índice, pesquisa do IBGE constata que a situação entre pretos e pardos é a mais grave. Problema piora no Nordeste e denuncia a discrepância entre as regiões do país

Ândrea Malcher
postado em 08/06/2023 03:55
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

Em 2022, havia 9,6 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas no Brasil. Isso equivale a uma taxa de analfabetismo de 5,6% — uma redução de 0,5 ponto porcentual em relação a 2019, o que corresponde a uma queda de pouco mais de 490 mil analfabetos em 2022. Os números fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) — Educação 2022, divulgada nesta quarta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desses 9,6 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais, a taxa entre pretos ou pardos (7,4%) impressiona negativamente por representar mais que o dobro do que entre brancos (3,4%). Além disso, entre os idosos com 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo dos brancos foi de 9,3%, enquanto a dos pretos ou pardos atingiu a marca de 23,3%.

A PNAD também constatou que, embora mais da metade da população de 25 anos ou mais (53,2%) tenha concluído, pelo menos, a educação básica obrigatória — isto é, o ensino médio completo —, entre pretos ou pardos o percentual cai para 47%, diferentemente da proporção entre brancos, de 60,7%.

No grupo entre 18 e 24 anos, 36,7% das pessoas estudando são brancas, mas, entre negros, são 26,2%. Dentro desta faixa etária, 29,2% dos brancos cursam a graduação, contra 15,3% de pretos e pardos.

É importante destacar que, enquanto 70,9% dos pretos e pardos na faixa 18-24 anos não estudam ou não tinham concluído o ensino superior, entre os brancos são 57,3%.

Desigualdade

Quando se chega aos números do Nordeste, a PNAD confirma mais um aspecto da desigualdade no país. Segundo a pesquisa, a região concentra 59,4% do total de analfabetos no país, o que representa 5,3 milhões de pessoas.

A taxa entre pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler ou escrever reflete o contraste entre as regiões brasileiras: o Nordeste tem a marca mais alta (11,7%) e o Sudeste a mais baixa (2,9%). A discrepância se repete entre os idosos — 32,5% no Nordeste ante 8,8% no Sudeste.

Entre as 27 unidades da federação, os três estados que concentram as maiores taxas de analfabetismo se encontram no Nordeste: Piauí (14,8%), Alagoas (14,4%) e Paraíba (13,6%). O Distrito Federal tem a menor taxa, com 1,9%, seguido de Rio de Janeiro (2,1%) e São Paulo e Santa Catarina (ambos com 2,2%). (Com Agência Estado)

 

 

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