Apenas quatro em cada 10 crianças do 2º ano do Ensino Fundamental estavam alfabetizadas no país em 2021 — 56,4% dos estudantes dessa série não estavam alfabetizados. A constatação é do Ministério da Educação que, nesta quarta-feira (31/5), apresentou dados da pesquisa Alfabetiza Brasil: diretrizes para uma política nacional de avaliação da alfabetização de crianças.
A partir do resultado, foi definida a nota de 743 no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) para saber se um aluno estava alfabetizado ao fim do 2º ano do fundamental. O levantamento ouviu, durante o mês de abril, 251 professores de crianças em idade de alfabetização. Em um segundo momento, em maio, especialistas discutiram os resultados coletados.
A pesquisa foi apresentada em Brasília, durante evento que contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, e do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios.
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O ministro afirmou na ocasião que o projeto deverá “apoiar, não só na indução técnica, mas também financeiramente, toda uma estratégia de governança, de apoio e fortalecimento na questão da formação e qualificação”.
“Sabemos que, quando uma criança não se alfabetiza na idade certa, aumenta a evasão, aumenta a reprovação, aumenta a desistência. Estamos perdendo milhões de jovens e crianças no país que precisavam ter o direito de estar na escola, de garantir a conclusão do ensino básico completo. Esse é um direito que o Estado brasileiro precisa garantir”, destacou.
Ainda segundo Camilo, a situação da educação básica precisa ser mudada com urgência. “Nós precisamos fechar a torneira. Queremos garantir que não vamos perder nenhuma criança, nenhum jovem na educação básica brasileira. Para isso, é preciso ter uma escola atrativa, uma escola criativa, uma escola acolhedora, é preciso ter política de apoio.”
Educação no governo passado
Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a educação foi afetada desde o ensino básico até o ensino superior. É o que afirmou o especialista em educação e pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas, João Marcelo Borges.
“Se olharmos os últimos quatro anos, a educação como um todo sofreu ataques simbólicos, desprezo político e um desmonte programático. Foram quatro ministros da Educação, todos eles sem experiência prévia no setor, inclusive o atual, e cinco presidentes do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), sem contar os esquemas de corrupção no FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação)”, criticou.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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