Para debater indicativo de greve, os professores e orientadores do Distrito Federal (DF) irão se reunir em assembleia, nesta quarta-feira (26), a partir das 9h. A reunião foi convocada pelo Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) e a paralisação deve deixar 460 mil alunos sem aula amanhã. De acordo com o Sinpro-DF, 10 mil professores devem comparecer ao ato, no estacionamento da Funarte.
Os professores alegam que os salários estão congelados há oito anos e pedem a reestruturação e fortalecimento da carreira do magistério público. Entre as principais reivindicações da pauta da categoria estão a redução da quantidade de padrões da tabela salarial e a incorporação de gratificações, como a Gaped (Gratificação de Atividades Pedagógica) e a Gase (Gratificação de Atividade de Suporte Educacional).
Luciana Custódia, secretária de Finanças do Sinpro-DF e membro da comissão de negociação do sindicato, observa que a última modificação do piso salarial foi devidamente efetivada há oito anos e que o reconhecimento da categoria vai de mal a pior. “Em 2015, o nosso piso salarial estava em 101% no DF. Hoje, estamos 4,3% abaixo do piso. Esse negligenciamento do Estado é um desrespeito com os professores”, afirma a professora com mais de 29 anos de carreira.
Educação em pauta
Ainda para evidenciar a falta de investimento na educação, um levantamento mostra que das 29 carreiras de nível superior do GDF, o magistério público está em 26º lugar no ranking de remuneração e em penúltimo quando o foco é o valor do vencimento básico. A secretária do Sinpro considera o ranking um reflexo do descaso do GDF. Ela também destaca que o quadro é um desencorajamento para os futuros docentes.
Além de reivindicar o aumento do piso, a entidade pretende levantar questionamentos sobre a incorporação de gratificação eficiente, como a Gaped e a Gase. Será abordado também o achatamento das tabelas de remuneração, um empecilho a longo prazo nos salários dos profissionais da educação. “Para chegar ao teto salarial da profissão, precisaríamos trabalhar cerca de 25 anos, cenário que não ocorreria com outras profissões”, compara a líder sindical.
Segundo o Sinpro-DF, o Governo do Distrito Federal atropelou o processo de negociação que vinha desenvolvendo com a categoria e anunciou, de forma unilateral e descolada dos debates conjuntos, um insuficiente reajuste de 6% em 2023. Tal índice, segundo o sindicato, recupera as perdas do período.
De acordo com a entidade, a responsabilidade de uma greve está nas mãos do governador Ibaneis. O sindicato reivindica avanços para profissionais da ativa e aposentados, efetivos e professores(as) de contrato temporário.
Segundo a Secretaria de Educação (SEDF), a categoria tem autonomia para comparecer ou não na assembleia desta quarta-feira (26). Já os estudantes de rede pública terão reposição de aula posteriormente a data ainda não foi definida.